Crianças e bebês com menos de três anos são menos propensos a desenvolver crupe se suas mães tomaram óleo de peixe e suplementos de vitamina D durante a gravidez, segundo um estudo clínico realizado na Espanha.
O crupe é uma infecção viral no peito que afeta crianças pequenas. Também conhecido como laringotraqueobronquite, a doença pode causar uma tosse característica, voz rouca e dificuldade para respirar. Ela é uma doença mais leve, na maioria dos casos, no entanto, algumas crianças podem precisar de tratamento hospitalar e suporte respiratório.
"Atualmente, não há vacina contra o patógeno que causa esta doença. Portanto, outras estratégias preventivas são necessárias e medidas iniciadas durante a gravidez podem ser importantes, uma vez que o crupe ocorre em bebês e crianças pequenas. Para isso, há evidências de que tanto a vitamina D quanto o óleo de peixe podem influenciar o sistema imunológico", explica Nicklas Brustad, um dos autores do estudo.
736 gestantes foram acompanhadas durante o estudo e as mulheres foram divididas em quatro grupos distintos. Um grupo recebeu um suplemento de vitamina D em altas doses e óleo de peixe, o segundo grupo recebeu altas doses de vitamina D e azeite de oliva, o terceiro grupo recebeu dose padrão de vitamina D e óleo de peixe, e o grupo final recebeu dose padrão de vitamina D e azeite.
Todas as mulheres tomaram os suplementos diariamente desde a 24ª semana de gravidez até uma semana após o nascimento do bebê. A entrega dos suplementos era feita aleatoriamente, ou seja, nem as mulheres nem os pesquisadores sabiam quais suplementos estavam tomando até o final do estudo.
Depois disso, as crianças que nasceram dessas mulheres foram acompanhadas até os três anos de idade. Deste grupo, 97 casos de crupe foram registrados.
Detalhes dos resultados
As crianças das mulheres que tomaram óleo de peixe tiveram um risco de 11% de ter crupe em comparação com 17% nas crianças cujas mães tomaram azeite, equivalente a uma diminuição de 38% de risco.
Já as crianças cujas mães tomaram altas doses de vitamina D tiveram um risco de 11% de crupe, em comparação com um risco de 18% naquelas cujas mães tomaram a dose padrão de vitamina D, uma redução de 40%.
"Não temos certeza dos mecanismos exatos por trás dos efeitos benéficos da vitamina D e do óleo de peixe, mas pode ser que eles possam estimular o sistema imunológico para ajudar bebês e crianças a eliminar infecções de forma mais eficaz", aponta Brustad.
Apesar da comprovação no estudo, os especialistas relembram que é necessário sempre falar com médicos, especialmente na gravidez, antes de tomar suplementos. O estudo foi apresentado no Congresso Copenhagen Prospective Studies on Asthma in Childhood (COPSAC) no Copenhagen University Hospital, na Dinamarca .