Falar sobre sexo ainda é um tabu coberto de censuras, que deveriam ser deixadas de lado, já que a prática pode oferecer diversos benefícios à saúde. E o Dia do Sexo surgiu justamente de uma brincadeira, para dar mais leveza ao tema. A data ganhou o imaginário brasileiro e se popularizou pelo "trocadilho numérica", de duplo sentido, que envolve o "seis de setembro": 6/9 remete a uma posição sexual, popularmente conhecida como “69”. A celebração, lembrada anualmente de forma simbólica, surgiu em 1999, após a campanha publicitária de uma marca de preservativos, cujo intuito era o de promover produtos adultos e ações relacionadas ao assunto.
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Prazer é uma recompensa
Outro fator apontado pela ciência como motivador sexual é o instinto biológico de procriação. “A teoria é a de que o prazer é uma recompensa tão agradável que aguça o engajamento no sexo e a procriar. Sem essa ‘recompensa’, talvez o ser humano não se interessasse por sexo e nossa espécie poderia ser extinta", destaca Vanessa Machado.
Entretanto, atingir o clímax não é tão fácil, segundo pesquisa do Projeto de Sexualidade (Prosex) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), que ouviu três mil participantes, com idade entre 18 e 70 anos: metade das pessoas relatou não ter orgasmo nas relações sexuais; 55,6% das mulheres têm dificuldade para chegar ao orgasmo, sendo que 67% têm dificuldade para se excitar, e outras 59,7% têm dor na relação.
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Outro estudo,feito pelo Standford University Medical Center, diz que a maioria das mulheres jovens e saudáveis que reclama de não atingir o orgasmo descobre que isso tem mais relação com fatores psicológicos do que físicos. “A mulher acaba vítima da vida corrida, do serviço extenuante, de longas jornadas de trabalho, do cansaço, da vergonha do corpo, de opressões da sociedade. Essas queixas se tornaram frequentes na prática clínica nos últimos anos em razão da pandemia”, conta a especialista.
As preliminares
Conforme a ginecologista, a relação sexual é muito mais do que o orgasmo e não pode (e nem deve) estar condicionada apenas ao ato da penetração. “As preliminares, os momentos com o parceiro ou a parceira e a excitação devem ser curtidos sem pressa. Sexualidade é autoconhecimento. Nós mulheres somos as únicas na face da terra a ter um órgão dedicado exclusivamente ao prazer. Que possamos usá-lo sem culpa, no nosso ritmo e do nosso jeito. A dica é aproveitar mais a experiência do sexo como um todo e não focar apenas no orgasmo”, conclui a médica.