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Estado de Minas VIRALIZOU

Veja possíveis causas das mãos inchadas de Charles III

Os autointitulados "dedos de salsicha" do recém-coroado rei Charles III do Reino Unido se tornaram uma verdadeira obsessão na internet


13/09/2022 10:43 - atualizado 13/09/2022 11:07

Rei Charles 3º
(foto: Victoria Jones/AFP)

Os autointitulados "dedos de salsicha" do recém-coroado rei Charles III do Reino Unido se tornaram uma verdadeira obsessão na internet. Após a morte de Elizabeth II, fotos das mãos do monarca começaram a aparecer nas redes brasileiras, embora os ingleses tentem adivinhar o que causa o inchaço sazonal há pelo menos um ano. Fãs e desafetos da família real britânica já desenvolveram diversas teorias para explicar por que as mãos e os pés do monarca são tão roliços e avermelhados, principalmente após voos longos e em visitas a países de clima quente como Índia e Austrália.

Segundo o Google Trends, o termo "dedos inchados do príncipe Charles" (Prince Charles swollen fingers, em inglês) teve picos de busca nos últimos 12 meses no Reino Unido, Estados Unidos, Canadá e Austrália. Médicos ouvidos pela reportagem dizem que é muito difícil realizar um diagnóstico preciso a distância. Contudo, pontuaram alguns cuidados para prevenir quadros que levam a inchaços semelhantes aos do novo rei britânico.

A maior preocupação é se a vermelhidão e o inchaço representaram um risco à saúde do monarca de 73 anos. Mesmo com o mistério e falas públicas em tom de piada do rei sobre os próprios dedos, o Palácio de Buckingham nunca emitiu uma nota oficial esclarecendo a situação de saúde de Charles.

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Os primeiros registros do então príncipe sobre seus "dedos de salsichas" conhecidos são de uma carta enviada a um amigo comentando o nascimento do primeiro filho, William - hoje com 40 anos e que então teria dedinhos de salsicha iguais aos do pai. A imagem de uma visita a um pub inglês em 2012, porém, foi quem levantou a lebre e colocou os internautas interessados em suas mãos.

Em 2021, durante viagem à Índia, onde Charles ficou descalço para entrar em alguns locais sagrados, o bochicho voltou com força pelo inchaço também nos dedos dos pés. Segundo Gustavo Marcatto, médico vascular, o inchaço nos membros inferiores é uma condição frequente e deriva geralmente de problemas cardíacos ou renais. Também podem ser causados por insuficiência venosa crônica e varizes.

"Há maior propensão de inchaço no calor, mas a mudança de temperatura não tem tanta interferência quanto o tempo em voos longos, acima de duas horas", diz o médico. Marcatto afirma que a idade e alimentação também só interferem se houver outros quadros clínicos associados, como uma cardiopatia ou insuficiência renal.

Aos primeiros sinais de inchaços como estes, a pessoa deve buscar o consultório para avaliar a saúde da circulação, diferenciar de outros problemas e receber orientações para o fortalecimento da musculatura. "Caminhada e uma boa hidratação também ajudam, mas edemas como esses [de Charles III] tendem a ser indolores e isso atrapalha um pouco o tratamento. Como não sente dor, a pessoa não busca atendimento e a condição pode piorar com o tempo", aponta o médico vascular.

A reumatologista Licia Maria Henrique da Mota, ouvidora da SBR (Sociedade Brasileira de Reumatologia), reforça que não é possível fazer o diagnóstico por imagens captadas em momentos diferentes e também porque os edemas inferiores e superiores podem não ser simultâneos. "Várias doenças podem provocar inchaço, incluindo as relacionadas às funções do coração, do rim e as músculo-esqueléticas, como as reumáticas", afirma a médica.

Os edemas, nestes casos, podem ser causados por cristais (como os que provocam a chamada "gota"), por doenças inflamatórias como artrite reumatóide (que causam dor e aumento de volume das articulacões), e até por distúrbios autoimunes (capazes de afetar as partes moles dos tecidos), esclarece Mota.

O alerta para um quadro reumático é dado pelo surgimento de dor articular, rigidez e dificuldade de movimentação, especialmente após o sono ou repouso - sinais que indicam a necessidade de atenção especializada. "Os tratamentos são diferentes, mas a evolução depende de um diagnóstico precoce, e quanto mais rápido se institui o tratamento, mais rapidamente se atinge a cura ou o controle dos sintomas", diz a reumatologista.


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