Uma pesquisa publicada pelo Medscape, fonte de notícias e informações clínicas para profissionais de saúde, mostra que 32% dos médicos brasileiros iniciaram atividade paralela devido ao fechamento de clínicas e demissões relacionadas à pandemia de COVID-19. Foram ouvidos 1.820 médicos e residentes de mais de 40 especialidades, que estão atualmente no Brasil.
O objetivo da pesquisa foi indagar sobre as atividades que realizam, além do trabalho médico para aumentar a renda e se estavam pensando em mudar sua atividade principal para uma carreira não clínica. No total, 31% dos brasileiros afirmaram que tinham algum trabalho extra informal, dos quais 34% relacionados com a medicina e 27% não clínicos.
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Poucos médicos, independentemente da idade, do gênero ou da nacionalidade, indicaram diversão como o motivo para manter um trabalho extra. Ao estimarem o quanto ganharam com o trabalho informal ao longo de 2021, os médicos brasileiros indicaram uma média de R$ 41.400. No recorte por gênero, a média anual de remuneração extra das mulheres foi menor do que a dos homens: R$ 44.560 contra R$ 35.968. E na comparação por faixa etária, o grupo com mais de 45 anos levou vantagem, com um ganho médio de R$ 45.296 por ano contra R$33.886 para o grupo com menos de 45 anos.
A carreira de medicina é puxada e especialmente depois do início da pandemia, as coisas não pareceram ter ficado mais fáceis, pelo contrário. Diante disso, é natural que alguns profissionais repensem as suas escolhas de carreira. Na pesquisa, 18% dos médicos responderam que consideram "abandonar a medicina para seguir uma carreira não clínica". Quando perguntados sobre se a pandemia de covid-19 os fez buscar um trabalho extra informal, 68% dos respondentes disseram que não. Quem já se dedicava ao trabalho extra há mais de dois anos foi solicitado a compartilhar o quanto costumava ganhar com a atividade antes da pandemia de COVID-19. Os médicos brasileiros informaram que ganhavam R$ 41.100 por ano.
Do total de participantes, 78% disseram que precisaram "aprender coisas novas para poder realizar ou ter sucesso no trabalho extra informal", e sobre os métodos de aprendizado, 67% recorreram a cursos/tutoriais (presenciais ou on-line), 60% buscaram conhecimento por meio de leituras, 41% preferiram conversar com outras pessoas, 10% frequentaram uma escola (ensino formal) e 11% utilizaram outros recursos.
O levantamento completo pode ser encontrado em: https://portugues.medscape.com/ptbr-sidegigs-2022