A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que dois tratamentos contra a COVID-19 com anticorpos sintéticos não sejam utilizados, após constatar sua ineficácia diante das variantes atualmente em circulação.
Os especialistas da OMS "recomendam fortemente" que não sejam usados o Xevudy, baseado na molécula sotrovimab, e o Ronapreve, baseado na combinação casirivimab-imdevimab, na última versão de seu guia de tratamentos anticovid, publicado nesta sexta-feira (16, noite de quinta no Brasil) pelo British Medical Journal.
O Xevudy, desenvolvido pelos laboratórios GSK e Vir, e o Ronapreve, pela Regeneron, são dois medicamentos com anticorpos sintéticos contra a COVID-19.
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Até então, a OMS recomendava, com prudência, seu uso em pacientes afetados por uma forma branda da doença e no caso de risco de que ela evolua para uma forma mais grave, devido a idade, peso ou outros fatores.
No entanto, a chegada da variante ômicron no final de 2021 colocou em questão a utilidade desses tratamentos. Os especialistas da OMS, com base em vários estudos in vitro, estimam agora que são provavelmente ineficazes frente as variantes em circulação.
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Os especialistas atualizaram também as recomendações sobre outros medicamentos, principalmente o Remdesivir, do laboratório Gilead.
Esse remédio, que a OMS não recomendava até agora exceto em caso de formas brandas da COVID, pode, segundo os novos estudos, ser considerado em alguns casos graves.
No entanto, nos casos mais graves, chamados "críticos", os estudos não mostram um benefício do Remdesivir. Os especialistas não aconselham, portanto, o uso nesses casos.