O Setembro Verde (verde de esperança e de solidariedade) é o mês de conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos. Esperança nunca faltou para Wenderson Bruno Gomes Ferreira, de 15 anos, morador de Virginópolis (MG). Com apenas 12 anos, ele notou o inchaço nas pernas e no rosto. Diagnosticado com insuficiência renal, o menino estava com os dois rins comprometidos e passou os últimos três anos de sua adolescência fazendo hemodiálise. Ainda em 2019, no ano em que descobriu a doença, o garoto entrou para a fila de doação de órgãos do MG Transplantes.
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Há 90 dias, chegou a vez de Wanderson na fila da doação de órgãos. Ele, que esperava por um rim há três anos, finalmente foi transplantado no Centro de Nefrologia do Hospital da Baleia - referência no tratamento renal no Estado. "Hoje eu tenho um outro filho. Ele não vivia. Era uma semana em casa e três no hospital", comentou o pai de Wanderson.
"A última palavra não vem do médico, mas sim de Jesus", disse o garoto - que passa bem de saúde - em uma mensagem de força e esperança para quem está em uma lista de espera de doação de órgãos.
O Centro de Nefrologia do Hospital da Baleia vem registrando queda no transplante de rins e a coordenadora da área, Cecília Bicalho, chama atenção para a importância de esclarecer todos os mitos e conscientizar sobre a doação de órgãos. Criado em 1991, o Centro de Nefrologia do Baleia conta com um serviço especializado em Hemodiálise e Transplante Renal. O Transplante é realizado na instituição desde 2002 e o Baleia é referência na realização dessa cirurgia em adultos e crianças.
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No Hospital da Baleia, em 2020 foram realizados 18 transplantes, o dobro do ano passado. Neste ano, 9 pacientes já foram submetidos a algum tipo de transplante. Atualmente, 200 pacientes do hospital aguardam na fila do MG Transplante aguardando um rim. Somente nos últimos dois meses, 40 pacientes entraram para a lista de espera O Centro de Nefrologia tem outros 40 pacientes em processos de avaliação, entre sessões de hemodiálises e consultas, para a definir a necessidade e viabilidade de um transplante.
Quem pode doar
De forma geral, qualquer pessoa saudável maior de 18 anos pode ser uma doadora de órgãos. No caso do rim, entretanto, o doador deve ser parente do receptor em até quarto grau e possuir compatibilidade sanguínea. Caso o doador não seja um parente relacionado é necessária autorização judicial.
Neste mês de Conscientização a Doação de Órgãos, o coordenador médico do Centro de Nefrologia do Hospital da Baleia, Fabrício Augusto Barbosa, reforça a importância da doação de órgãos por aqueles que tiveram morte cerebral e estão em fase terminal quanto a doação de familiares. O transplante renal é uma das principais formas de tratamento da doença renal crônica, junto com a hemodiálise e a diálise peritoneal, serviços oferecidos no Hospital da Baleia. O transplante é fundamental para melhora da qualidade de vida do paciente que não tem mais o rim suficiente para conseguir manter seu funcionamento. "Reforço a importância desse ato tão nobre, uma atitude que vai trazer uma nova vida para quem que precisa", enfatizou o nefrologista.
* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.