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Estado de Minas CAMPANHA SETEMBRO VERDE

Setembro Verde: Hospital da Baleia tem 200 pacientes aguardando por um rim

O MG Transplantes tem mais de 3.500 pessoas aguardando a doação de um rim. O tempo estimado é de três anos


16/09/2022 17:56 - atualizado 17/09/2022 00:05

Setembro Verde
Qualquer pessoa saudável maior de 18 anos pode ser uma doadora de órgãos (foto: Freepik/Fivulgação)

O Setembro Verde (verde de esperança e de solidariedade) é o mês de conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos. Esperança nunca faltou para Wenderson Bruno Gomes Ferreira, de 15 anos, morador de Virginópolis (MG). Com apenas 12 anos, ele notou o inchaço nas pernas e no rosto. Diagnosticado com insuficiência renal, o menino estava com os dois rins comprometidos e passou os últimos três anos de sua adolescência fazendo hemodiálise. Ainda em 2019, no ano em que descobriu a doença, o garoto entrou para a fila de doação de órgãos do MG Transplantes.

 

Ao longo desses últimos anos, em meio à pandemia, Wenderson encarou as sessões de filtragem do sangue que seus rins não conseguiam fazer, com alimentação restrita, sem beber água à vontade e até 10 horas ininterruptas de tratamento ligado a uma máquina de hemodiálise. Ele precisava de um novo rim, e sem doador, não há transplante. "O único remédio nestes casos é aparecer um doador", disse o pai do menino, Anderson Ferreira da Silva.

 

Há 90 dias, chegou a vez de Wanderson na fila da doação de órgãos. Ele, que esperava por um rim há três anos, finalmente foi transplantado no Centro de Nefrologia do Hospital da Baleia - referência no tratamento renal no Estado. "Hoje eu tenho um outro filho. Ele não vivia. Era uma semana em casa e três no hospital", comentou o pai de Wanderson.

 

"A última palavra não vem do médico, mas sim de Jesus", disse o garoto - que passa bem de saúde - em uma mensagem de força e esperança para quem está em uma lista de espera de doação de órgãos.

 

O Centro de Nefrologia do Hospital da Baleia vem registrando queda no transplante de rins e a coordenadora da área, Cecília Bicalho, chama atenção para a importância de esclarecer todos os mitos e conscientizar sobre a doação de órgãos. Criado em 1991, o Centro de Nefrologia do Baleia conta com um serviço especializado em Hemodiálise e Transplante Renal. O Transplante é realizado na instituição desde 2002 e o Baleia é referência na realização dessa cirurgia em adultos e crianças.

 

Leia também: Técnica 'ressucita' órgãos de porcos e pode revolucionar transplantes

 

No Hospital da Baleia, em 2020 foram realizados 18 transplantes, o dobro do ano passado. Neste ano, 9 pacientes já foram submetidos a algum tipo de transplante. Atualmente, 200 pacientes do hospital aguardam na fila do MG Transplante aguardando um rim. Somente nos últimos dois meses, 40 pacientes entraram para a lista de espera O Centro de Nefrologia tem outros 40 pacientes em processos de avaliação, entre sessões de hemodiálises e consultas, para a definir a necessidade e viabilidade de um transplante.

 

Quem pode doar 

 

De forma geral, qualquer pessoa saudável maior de 18 anos pode ser uma doadora de órgãos. No caso do rim, entretanto, o doador deve ser parente do receptor em até quarto grau e possuir compatibilidade sanguínea. Caso o doador não seja um parente relacionado é necessária autorização judicial.

 

Neste mês de Conscientização a Doação de Órgãos, o coordenador médico do Centro de Nefrologia do Hospital da Baleia, Fabrício Augusto Barbosa, reforça a importância da doação de órgãos por aqueles que tiveram morte cerebral e estão em fase terminal quanto a doação de familiares. O transplante renal é uma das principais formas de tratamento da doença renal crônica, junto com a hemodiálise e a diálise peritoneal, serviços oferecidos no Hospital da Baleia. O transplante é fundamental para melhora da qualidade de vida do paciente que não tem mais o rim suficiente para conseguir manter seu funcionamento. "Reforço a importância desse ato tão nobre, uma atitude que vai trazer uma nova vida para quem que precisa", enfatizou o nefrologista.

 

* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.  

 

 


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