Uma importante autoridade de saúde chinesa alertou os moradores locais contra "tocar em estrangeiros", um dia depois que a China registrou seu primeiro caso de varíola dos macacos.
Em um post no Weibo, a principal rede social da China, o epidemiologista-chefe do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) Wu Zunyou aconselhou contra o "contato pele a pele com estrangeiros".
O post gerou controvérsia, com alguns rotulando-o como racista e xenófobo. Os comentários na postagem original foram desativados da plataforma.
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"Para prevenir uma possível infecção por varíola dos macacos e como parte de nosso estilo de vida saudável, é recomendado que você não tenha contato direto com estrangeiros", disse Wu em sua página no Weibo no sábado.
Além disso, Wu também pediu que os moradores evitem "contato pele a pele" com pessoas que retornaram do exterior nas últimas três semanas.
Ele postou os comentários um dia depois que a cidade de Chongqing, no sudoeste do país, relatou seu primeiro caso de varíola dos macacos em um indivíduo que chegou do exterior. Não está claro se o indivíduo era um cidadão chinês ou estrangeiro.
A postagem, que foi amplamente compartilhada nas mídias sociais durante o fim de semana, atraiu comentários amplamente críticos no Weibo.
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"O quão racista é isso? E aqueles como eu que vivem na China há quase dez anos? Não vemos nossas famílias há 3-4 anos devido ao fechamento das fronteiras", escreveu outro usuário, que parecia ser um estrangeiro, no Weibo.
A China impôs algumas das medidas mais duras do mundo contra a COVID-19 desde o início da pandemia, que incluem lockdowns, fechamento de fronteiras, testes obrigatórios e restrições de viagem.
O vírus da monkeypox, ou varíola dos macacos, é transmitido por contato próximo com pessoas, animais ou materiais contaminados infectados. Geralmente, causa sintomas como febre, dor de cabeça e erupções cutâneas.
Cerca de 90 países onde a varíola dos macacos não é considerada endêmica relataram surtos da doença. A Organização Mundial da Saúde declarou que a questão é uma emergência de saúde global.
Houve mais de 60 mil casos confirmados e alguns países não endêmicos relataram suas primeiras mortes relacionadas.
- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-62963110
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