Jornal Estado de Minas

DIA MUNDIAL

Alzheimer: doença que desafia médicos e cientistas


Nesta quarta-feira (21/9), é lembrado o Dia Mundial da Doença de Alzheimer. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), há cerca de 1,2 milhão de brasileiros com doença de Alzheimer atualmente, condição que acomete principalmente pessoas com mais de 60 anos, e a tendência é de que esse número dobre até 2030 e triplique em 2050. A enfermidade tem causas idiopáticas, ou seja, ainda desconhecidas cientificamente, e leva o paciente à demência.




 
 
 
Geriatra e professor da Uniderp, Marcos Blini, explica que a doença de Alzheimer é neurodegenerativa e altera as funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem) e outras funções mentais importantes. Ao receber o diagnóstico clínico, o paciente deve fazer acompanhamento médico e da equipe interdisciplinar. "Embora não tenha cura, atividades diárias podem proporcionar qualidade de vida ao trazer autonomia para a realização de tarefas, mesmo que simples, além de evitar ou retardar danos motores e minimizar quedas, por exemplo", pontua.

Esse distúrbio cerebral irreversível e progressivo, apresenta evoluções de forma gradual e pode ser dividido em três estágios:

Estágio inicial

A primeira fase, mais leve, dura em média 3 anos, com a presença de sintomas vagos difusos, instalação lenta onde a principal característica é a memória alterada. O paciente perde habilidade para a realização de atividades cerebrais complexas, como controle de finanças, direção veicular e organização de reuniões, por exemplo

Estágio intermediário

Nesta etapa a duração é de aproximadamente, 3 a 5 anos e ocorre também de forma progressiva e lenta, com maior deterioração de memória. As emoções, personalidade e comportamento social também podem ficar progressivamente alterados, além de alterações de postura, marcha e tônus muscular. Surge a necessidade de auxílios básicos como para tomar banho e se vestir, por exemplo.

Estágio avançado

A fase mais avançada e grave tem duração variável, indo de acordo com o estado do paciente e a média de evolução da doença, bem como os meios de tratamento aplicados ao longo dos anos. Os portadores podem viver muitos anos nesta fase. As funções do organismo já se encontram mais gravemente comprometidas, a fala já está prejudicada. Podem aparecer sintomas e sinais neurológicos grosseiros: rigidez, convulsões, tremores e movimentos involuntários. O paciente fica totalmente dependente, chegando a falar muito pouco ou nada e precisando de auxílio para se alimentar, entre outras atividades. Esta fase evolui até o estado total vegetativo.





Blini destaca que o controle de doenças crônicas, incluindo diabetes e hipertensão, diminui as chances de Alzheimer e outras demências, além do não tabagismo e de manter uma alimentação saudável. "Lutar contra o sedentarismo é um aliado. Quem tem uma vida social mais ativa, tem menos chances de desenvolver a demência ao fim da vida", esclarece.

Quanto ao diagnóstico, o especialista menciona que é clínico, ou seja, realizado por meio de uma consulta médica. "O médico faz uma análise com o paciente e com seus familiares para entender todas as características, deficiências e queixas. Assim, caminha para o diagnóstico, tratamento e acompanhamento adequado", esclarece.