Pesquisadores da Universidade de Calgary, no Canadá, acenderam o alerta para os pais depois da análise de 29 estudos com crianças e adolescentes de diferentes países. A conclusão é de que um em cada quatro tem depressão e um a cada cinco está lidando com a ansiedade. O levantamento foi publicado no periódico JAMA Pediatrics. Um dos motivos que levaram a esse quadro é a relação desse público com a autoestima.
Desenvolver amor-próprio é importante, porque influencia decisões em todas as etapas da vida, o que está diretamente ligado à autoconfiança e a valorização de si mesmo. "Crianças já nascem com autoestima e é justamente no primeiro setênio que têm o primeiro momento e oportunidade de criar uma imagem positiva de si mesmas", reforça Aline De Rosa, especialista em desenvolvimento infantil integrativo.
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Uma maneira eficaz de incentivar a autoestima nas crianças é permitir que elas experimentem fazer algo no seu tempo, como colocar a própria roupa, calçar os sapatos ou encher um copo de água. "O sentimento de satisfação faz com que os pequenos se sintam úteis, transformando-os em adultos que reconhecem seu valor e têm conhecimento de sua essência", complementa Aline.
O papel dos pais é fundamental na construção e manutenção da autoestima dos filhos. Eles são os exemplos de humanidade a que essas crianças têm acesso. "A maneira como o adulto trata a si mesmo e os outros, como ele se posiciona diante dos pequenos, e como lida com os próprios erros e problemas, também influencia na construção do amor-próprio dos filhos e a forma como cada um deles vai encarar o ambiente que vive", ressalta a especialista.
Aline De Rosa aponta formas para desenvolver a autoestima nas crianças:
- Permita que a criança exerça a autonomia: na infância, o impulso de exploração é enorme. Desde que a criança esteja em um ambiente seguro, ofereça condições e oportunidades para que ela faça o que devia estar treinando, como tomar banho, se servir, guardar os brinquedos ou dobrar o pijama
- Envolva-a nas tarefas da casa: quando uma criança se sente útil e participa da rotina de seu lar, desenvolve caráter, personalidade e uma autoestima plena
- Evite rotular seu filho: adjetivar crianças é uma maneira de aprisioná-las em algo que não são, principalmente quando reforçado pelos pais, enfraquecendo seu impulso natural de autoestima. Portanto, é indicado parar de usar palavras como: chato, difícil, birrento, estabanado, nervoso, chorona, entre outros termos usados na comunicação com os pequenos.
- Dê tempo ao tempo: uma criança treina toda vez que tenta fazer algo por si mesma, como, por exemplo, calçar os sapatos ou amarrar o tênis. Se o adulto interfere toda vez que ela vai fazer essa atividade, a condiciona a sempre pedir ajuda e não tentar. O sentimento de satisfação é importante para que a criança se sinta útil
- Entenda que erros são temporários: para crianças, falhas são aprendizados e é importante que adultos as reconheçam e foquem em propor ações para que elas solucionem os problemas
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