Jornal Estado de Minas

SAÚDE EM PAUTA

Diabetes gestacional aumenta risco de infarto e de AVC em 45%


Mulheres com histórico de diabetes gestacional correm um risco substancialmente maior de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares - condições que afetam o fluxo sanguíneo no coração e no cérebro -, segundo um estudo publicado no The British Medical Journal. Essa condição se desenvolve quando o corpo não consegue produzir insulina suficiente para controlar os níveis de açúcar no sangue durante a gravidez.



Já se sabe que as mulheres com diabetes gestacional têm um risco aumentado de problemas cardiovasculares, mas é menos claro quais tipos específicos de enfermidades devem ser consideradas. Para preencher a lacuna, uma equipe na China examinou bancos de dados de pesquisa que relatam a associação entre o mal metabólico e enfermidades que afetam coração e cérebro.

Quinze estudos observacionais publicados entre 2006 e 2022 foram incluídos na análise. Desses, quatro eram do Canadá, três dos Estados Unidos, dois do Reino Unido e um de Israel, Suécia, França, Irã, Coreia e Dinamarca. Das 51.3324 mulheres com diabetes gestacional, 9.507 tinham doenças cardiovasculares e cerebrovasculares. De mais de 8 milhões de pessoas no grupo de controle, 78.895 apresentavam esses mesmos problemas.

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Em geral, as mulheres com histórico de diabetes gestacional têm um risco aumentado de 45% para doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, sendo 72% para as que afetam o coração e 40% no caso de enfermidades vasculares. Elas demonstraram maior probabilidade de doenças das artérias coronárias, ataque cardíaco (infarto do miocárdio), insuficiência cardíaca, angina, necessidade de procedimentos cardiovasculares e episódios de acidente vascular cerebral. A probabilidade de coágulos sanguíneos graves (tromboembolismo venoso) também aumentou 28%.



Intervenção precoce

A associação entre diabetes gestacional e doenças cardiovasculares e cerebrovasculares foi reduzida em vários graus quando os pesquisadores levaram em consideração fatores como região geográfica, desenho e qualidade do estudo, tabagismo, índice de massa corporal, status socioeconômico e condições preexistentes. "Nossos resultados destacam a necessidade de intervenção precoce em mulheres com alto risco de diabetes mellitus gestacional e monitoramento contínuo dessas pacientes", escreveram os autores.

Os mecanismos precisos de como o diabetes gestacional contribui para o aumento do risco de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares permanecem desconhecidos. No entanto, eles dizem que as descobertas contribuem para uma compreensão mais abrangente dos efeitos adversos associados ao problema.