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Estado de Minas NUTRIÇÃO E SAÚDE

Quase 20% dos brasileiros engordaram durante a pandemia

Estudo indica que mais pessoas engordaram do que emagreceram desde o início da pandemia de COVID-19, em 2020


22/09/2022 18:30 - atualizado 22/09/2022 19:03

Mulher em cima de uma balança
De acordo com a OMS, uma pessoa que tenha o índice de massa corpórea (IMC) igual ou maior que 30 kg/m2 tem faixa de peso normal (foto: Freepik/Divulgação)

Conforme dados da Pesquisa Nacional de Saúde, em 2019, cerca de 20% dos brasileiros maiores de 18 anos estavam obesos. Outro estudo, desta vez realizado pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP, (Nupes) identificou que durante a pandemia de COVID-19, iniciada em março de 2020, 19,7% da população tive um aumento de ao menos 2 quilos em seu peso, enquanto apenas 15,2% tiveram uma redução nos números da balança.

 

Este quadro provoca preocupação entre os especialistas, visto que essa condição é considerada doença pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Para o cirurgião bariátrico, especialista no tratamento de obesidade e diretor do Instituto Mineiro de Obesidade (IMO), Leonardo Salles, a doença  precisa ter mais atenção.

 

Leia também: Gorduras saturadas, açúcar e sal

 

"Explicando melhor, a obesidade é uma doença crônica que tem como sintoma excesso de gordura corporal a níveis que prejudicam a saúde do indivíduo. Essa comorbidade é tão grave que por si só é capaz de acarretar outras doenças também graves. Exemplos são o diabetes, a hipertensão, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer. Mesmo assim, a obesidade ainda é um problema que passa um pouco despercebido e que precisa de mais atenção urgente", explica o médico.

 

Ainda de acordo com a OMS, uma pessoa que tenha o índice de massa corpórea (IMC) igual ou maior que 30 kg/m2 tem faixa de peso normal. As pessoas com IMC entre 18,5 e 24,9 kg/m2 são consideradas obesas. Os indivíduos que possuem IMC entre 25 e 29,9 kg/m2 são diagnosticados como sobrepeso e já podem ter alguns prejuízos com o excesso de gordura.

 

Dr. Leonardo Salles
Entre as possibilidades de tratamento, Leonardo Salles, diretor do IMO, destaca o uso do balão intragástrico. Tal procedimento consiste em um balão de silicone que é introduzido no estômago por via endoscópica e é preenchido com soro fisiológico e azul de metileno. (foto: Arquivo pessoal)

 

"É importante melhorar a percepção da patologia obesidade, e se tratar além do peso, podemos utilizar várias ferramentas para alcançar a perda de peso, entre elas o balão intragástrico, ou mesmo a cirurgia bariátrica, mas nenhum método vai ter resultados duradores sem que tratemos o mecanismo de ganho de peso, por isso é fundamental uma abordagem multidisciplinar, que envolve nutrição, para trabalhar a reeducação alimentar, a endocrinologia, que vai rastrear o paciente atras de alterações que possam prejudicar o controle do peso, equipe de psicologia e psiquiatria, para trabalhar a relação patológica que o paciente desenvolve com a comida usando-a como recompensa, como compensação ou mesmo como válvula de escape, além é claro de tratarmos o sedentarismo", acrescenta o diretor do IMO.

 

Entre as possibilidades de tratamento, Leonardo Salles destaca o uso do balão intragástrico. Tal procedimento consiste em um balão de silicone que é introduzido no estômago por via endoscópica e é preenchido com soro fisiológico e azul de metileno.

 

"O balão intragástrico aumenta a sensação de saciedade permitindo que a pessoa coma menos. Este tratamento ocorre sem cirurgia, sem internação hospitalar, a partir de introdução e retirada por via endoscópica, sem cortes ou pontos. O tratamento provoca perda média de 20% a 30% do peso corporal em seis meses ou um ano de tratamento e pode levar a vida normalmente, claro que com algumas restrições alimentares comuns. É um tratamento eficaz, bastante comum e com poucos riscos. É indicado para pacientes com IMC acima de 27. O IMO é referência internacional nesse tipo de procedimento.


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