Um estudo de caso de uma paciente com câncer de mama mostra uma possível relação com o uso da maconha medicinal e de cogumelos, ao lado da quimioterapia, para o tratamento da doença em estágio avançado. O texto foi publicado na revista científica Drug Science, em 22 de setembro.
A mulher, que não teve nacionalidade divulgada, tem 48 anos e foi diagnosticada com câncer de mama metastático em estágio 4 em agosto de 2018.
De agosto a outubro de 2018, a mulher fez um tratamento com quimioterapia e um regime de medicamentos à base de cannabis. O tratamento levou a uma redução na massa do tumor de mama de 50%.
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Depois disso, foi acrescentado ao tratamento o uso da psicoterapia assistida com psicodélicos e, em janeiro de 2019, a mulher não apresentava doença residual ou recorrente. "Isso destaca na primeira fase do tratamento a possibilidade do efeito adjuvante terapêutico de psicodélicos e canabinoides no tratamento do câncer de mama metastático", explicam os pesquisadores no texto.
Depois disso, o tratamento com quimioterapia foi suspenso, mas a terapia assistida com canabinoides e psicodélicos foi mantida. Nos exames em setembro de 2019, também não haviam evidências de doença residual ou recorrente.
Assim, o tratamento com psicodélicos também foi suspenso, mas a cannabis medicinal mantida em dosagem menor. Em exames em junho de 2020, os exames da paciente apresentavam evidências de doença recorrente. "Isso levanta a possibilidade de que a retirada das terapias canabinoides e psicodélicas possa ter contribuído para o retorno do câncer", pontuam os pesquisadores.
Após evidências da doença tanto a maconha quanto os psicodélicos foram reintroduzidos gradualmente no tratamento e, em outubro de 2021, foi observada uma estabilização no quadro da paciente.
Os pesquisadores acreditam que esse quadro geral apresenta uma forte possibilidade que os canabinoides e os psicodélicos tenham desempenhado um papel importante no tratamento padrão, no entanto, ressaltam que a hipótese "merece uma exploração mais aprofundada".