A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo confirmou a morte de uma mulher, de 42 anos por meningite. Ela era moradora da região que abrange a Vila Formosa e o Aricanduva, dois bairros da Zona Leste da capital. Esse é um dos cinco casos de meningite meningocócica do tipo C registrados no período de 16 de julho a 15 de setembro. Além da mulher, os demais casos foram registrados em um bebê de 2 meses e em adultos de 20, 21 e 61 anos.
Segundo a prefeitura, imediatamente após as notificações dos casos foram desencadeadas
ações de prevenção e controle pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), como o fornecimento de medicamentos preventivos para pessoas consideradas mais próximas, como parentes ou habitantes da mesma casa de pessoas acometidos pela doença, além da intensificação vacinal na região, de moradores entre 3 meses e 64 anos de idade, inclusive com busca ativa. Já foram vacinadas 7.400 pessoas na região nos últimos 15 dias.
"Cabe esclarecer que em toda a cidade o número de casos diminuiu neste ano na comparação com 2019, ano anterior à pandemia da covid-19. De janeiro até ontem (26) foram notificados 56 casos de
doença meningocócica em toda a capital. Durante o mesmo período de 2019 foram registrados 158 casos da doença, ou seja, uma redução de 64,5% no âmbito geral", disse a prefeitura por meio de nota.
A doença meningocócica ou meningite é uma inflamação das meninges, que são as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, e que pode ser causada por infecções de vários microrganismos, como fungos, vírus e bactérias. Para prevenir a doença é possível tomar a vacina em todas as unidades básicas de Saúde (UBS) do município.
Protocolo
O imunizante contra a meningite meningocócica C deve ser aplicado em bebês aos 3, 5 e 12 meses, e o de meningite meningocócica ACWY atualmente é aplicado na faixa etária de 11 a 14 anos. A vacinação foi ampliada no dia 19 também para adolescentes de 13 e 14 anos, até junho de 2023, conforme definição do Programa Nacional de Imunizações.
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"É fundamental que pais e responsáveis mantenham a vacinação de seus filhos em dia para protegê-los das chamadas doenças imunopreveníveis, como meningite meningocócica, poliomielite, difteria, coqueluche, sarampo, caxumba, entre outras. Vacinas salvam vidas e isso ficou ainda mais evidente na pandemia de Covid-19", disse o secretário municipal da Saúde, Luiz Carlos Zamarco.
Entenda a doença
A meningite De evolução rápida, podendo chegar ao óbito em 24 horas, a meningite é uma inflamação grave das meninges - membranas que recobrem o cérebro e toda medula espinhal, causada pela bactéria Neisseria Meningitidis, e os grupos A, B, C, W e Y são responsáveis por mais de 95% dos casos com taxa de morte na casa dos 20%. Outros fatores infecciosos como vírus, parasitas e fungos também podem provocar a doença.
No Brasil, o meningococo tipo C é o mais prevalente, mas por ser uma doença imprevisível, pode ocorrer circulação de outros tipos como o W e Y que já foram registrados no Brasil.
De acordo com o agente infeccioso responsável pela inflamação das meninges, a meningite pode ser classificada em alguns tipos, sendo os principais: a meningite viral, a meningite bacteriana, a meningite fúngica, a meningite asséptica e a meningite eosinofílica.
A intensidade dos sintomas da meningite pode variar de acordo com a causa da inflamação das meninges, mas, de forma geral, os principais sintomas são dor de cabeça intensa, dor na nuca, febre alta, náuseas e vômitos e rigidez do pescoço.
Embora todos os tipos de meningites demandem rigor no acompanhamento do quadro clínico, a meningite do tipo doença meningocócica apresenta maior gravidade.