O vocalista Chris Martin, da banda Coldplay, foi diagnosticado com infecção pulmonar “séria”, segundo declaração do grupo. Por isso, as apresentações no Rio de Janeiro e em São Paulo, que aconteceriam entre os dias 11 e 12 de outubro, precisaram ser canceladas.
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'Por que fiz um vídeo ironizando o meu diagnóstico de câncer no pulmão'Queridinho entre jovens, cigarro eletrônico traz riscos ao coração e pulmãoEspecialista alerta para riscos da tuberculose pulmonar não tratadaInfecção pulmonar: união de bactéria e antibiótico é promissora, diz estudoO que é a DPOC, doença sem cura e 'silenciosa' que matou o ator Pedro Paulo Rangel'Quem paga são nossos pulmões': como saúde já é afetada pelas mudanças climáticasDe acordo com Michelle Andreata, médica pneumologista da Saúde no Lar, a infecção pulmonar, que também pode ser chamada de infecção respiratória baixa, ocorre quando certos tipos de fungos, vírus ou bactérias se multiplicam nos pulmões gerando inflamação nos órgãos.
“Ela acontece quando esses agentes entram no organismo por meio da inalação de gotículas respiratórias liberadas quando tossimos, espirramos ou falamos e estamos infectados por esses microrganismos. No caso dos fungos, ela acontece quando o indivíduo está com a imunidade mais baixa, seja devido ao avanço da idade, a doenças crônicas ou ainda pelo uso contínuo de medicamentos”, explica a médica.
Tipos de infecção pulmonar, segundo a especialista
Existem três tipos de infecção pulmonar, a pneumonia, a bronquite e a bronquiolite.
Pneumonias são provocadas pela penetração de um agente infeccioso ou irritante (bactérias, vírus, fungos e por reações alérgicas) no espaço alveolar, onde ocorre a troca gasosa. Esse local deve estar sempre muito limpo, livre de substâncias que possam impedir o contato do ar com o sangue. Diferente do vírus da gripe, que é altamente infectante, os agentes infecciosos da pneumonia não costumam ser transmitidos facilmente.
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A bronquite é um tipo de inflamação das vias respiratórias, mais especificamente dos brônquios, os responsáveis por conduzir o ar que entra pelo nariz até o pulmão. As causas dessa infecção são diversas, podendo ser desencadeada por um vírus ou uma bactéria.
Poluentes ambientais diversos, como o uso prolongado de cigarro ou a inalação da fumaça de cigarro produzida por uma outra pessoa, também podem desencadear uma crise de bronquite.
Bronquiolite é uma infecção dos bronquíolos. Ela ocorre mais frequentemente em crianças menores de 2 anos e é causada por um vírus, mais comumente o vírus sincicial respiratório (RSV). No entanto, vários outros vírus podem acarretar essa condição, incluindo parainfluenza, influenza e adenovírus. A infecção provoca inflamação e inchaço dos bronquíolos, que, por sua vez, resulta na obstrução do fluxo de ar para dentro e para fora dos pulmões.
Vale lembrar que a maioria dos adultos e crianças mais velhas que estão resfriados podem ser portadores desses vírus. Em crianças menores de 2 anos de idade, no entanto, a infecção é mais susceptível de conduzir à bronquiolite.
Sintomas
Andreata afirma que os sintomas variam de acordo com a infecção pulmonar. "Caso o paciente tenha uma pneumonia, que, apesar de comum, pode ser bastante grave se evoluir, apresentar tosse, febre alta, dor no peito e nas costas, respiração ofegante, além de secreção com a tonalidade mais verde ou com sangue”.
No caso da bronquite, a especialista afirma que nem sempre o paciente vai sentir febre. “A secreção existe, mas tem uma cor diferente da pneumonia e varia entre um tom amarelo ou esbranquiçado e é comum sentir muita fadiga, tosse e uma respiração que lembra um chiado”, declara.
“Já na bronquiolite, o indivíduo também apresenta o chiado ao respirar, sente muito cansaço e irritabilidade, e muito disso tem a ver com a respiração rápida, a diminuição de apetite e da dificuldade para dormir”, completa Andreata.
Tratamento
A pneumologista esclarece que o tratamento para infecção pulmonar é feito a partir da análise e de exames feitos pelo médico especialista, com medicamentos que atuam diretamente contra o agente causador.
Esses medicamentos podem ser antibióticos orais ou injetáveis, antifúngicos orais ou injetáveis ou antivirais, além de analgésicos com o intuito de diminuir o mal estar e a febre.
Em casos mais graves, Andreata explica que podem ser necessários fisioterapia e exercícios para a respiração, e, quando o organismo do indivíduo está mais fragilizado, o paciente deve ser internado em ambiente hospitalar ou receber cuidados médicos em casa, evitando assim, contato com outras bactérias e vírus. Ela ainda ressalta que o tempo do tratamento vai depender do tipo da patologia.
* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.