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Estado de Minas ALERTA DE VÍRUS

Caso no Pará implica risco de poliomielite

Criança de 3 anos apresentou sintomas de paralisia flácida aguda; hipótese é de erro vacinal


06/10/2022 19:58 - atualizado 06/10/2022 21:24

vacinação poliomielite
Criança é vacinada contra poliomielite (foto: PBH/Divulgação)

 
Bruno Nogueira*

A Secretaria de Saúde Pública do Pará (Sespa) emitiu um comunicado, na tarde desta quinta-feira (6/10), de risco, com relação a um resultado positivo para poliovírus, por meio da metodologia de isolamento viral em fezes. O caso se trata da detecção do vírus Sabin Like 3, em uma criança de 3 anos, do Noroeste do estado e que ainda está sob investigação.

De acordo com o comunicado, a criança, residente do município de Santo Antônio do Tauá, apresentou sintomas no dia 21 de agosto, com quadros de febre, dores musculares, mialgia e Paralisia Flácida Aguda (PFA) - que compromete os membros inferiores. A situação foi relatada um dia após a criança receber as vacinas Tríplice Viral e da poliomielite.
 
 
A Vigilância Epidemiológica realizou uma visita domiciliar e solicitou o exame de poliovírus nas fezes. Foi constatado que o histórico vacinal da criança estava incompleto e que ela não havia recebido as doses da VIP (vacina da pólio dada em três doses por meio de injeção até os 6 meses), porém ela possuía duas doses de VOP (vacina oral, em gotas), o que vai contra o Plano Nacional de Imunização.
 

O infectologista Carlos Starling explica que a situação vacinal da criança indica que provavelmente não se trata de um caso de poliovírus selvagem, mas sim de um caso de pólio vacinal, extremamente raro. Caso a criança não tenha recebido as três doses por injeção corretamente, a vacina oral, que é composta pelo vírus enfraquecido, pode ter culminado na doença. 

“É absolutamente fundamental que a população siga o programa de vacinação contra pólio, todos os pais devem vacinem seus filhos cumprindo o cronograma do PNI”, ressalta Carlos.

Minas Gerais prorrogou a campanha de vacinação contra a poliomielite

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) prorrogou até 21 de outubro a campanha de vacinação contra a paralisia infantil. O novo prazo tem como objetivo atingir a meta de cobertura vacinal de 95% do público-alvo.

Até o momento, a cobertura no estado está em 75,12% entre o público de 1 a 4 anos de idade. Nesta quinta-feira (6/10) foram aplicadas 28.909 doses no estado.
 
Ao todo, o público-alvo da campanha em Minas Gerais corresponde a 1.045.371 pessoas, e o número de doses totais aplicadas chega a 785.321. Entre crianças de três anos, que correspondem ao maior contingente do alvo, a cobertura vacinal está em 74,33%.

Para Carlos Starling, o retorno da pólio representa um grande retrocesso para o Brasil, que já foi considerado um país livre do vírus. “É uma doença terrível. Quando era criança, tive amigos com poliomielite que ficaram com sequelas. É um absurdo, um retrocesso de anos, inacreditavel”, completa o infectologista.
 
 

Alerta no Brasil

 

Já no Brasil, a baixa cobertura vacinal colocou o país em situação de alto risco para a reintrodução do vírus da poliomielite. O último caso registrado no país data de 1989. O Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fez o anúncio em um pronunciamento nas redes sociais e convocou os pais a levarem suas crianças aos postos de vacinação.

 

 

 

O Ministério da Saúde foi notificado da investigação do caso no Pará e promete acompanhá-lo. Em nota, a pasta afirma que não há registro de circulação viral da poliomielite no Brasil. E reforça a hipótese de erro vacinal.

"De acordo com informações enviadas pela Secretaria Estadual de Saúde do Pará, o caso pode estar relacionado a um evento adverso ocasionado por vacinação inadequada.", afirma. O órgão ressalta ainda que não se trata de um caso de poliomielite e que a doença está erradicada no Brasil. 

* Estagiário sob supervisão do subeditor Thiago Prata


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