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Estado de Minas POLIOMIELITE

Ministério da Saúde nega caso de poliomielite no Pará

A pasta chegou a enviar uma equipe para investigar um caso de Paralisia Flácida Aguda, que pode estar relacionado com vacinação inadequada


07/10/2022 10:55 - atualizado 07/10/2022 12:14

Estado de Minas

vacina da pólio, em doses
A vacina da poliomielite tem como público-alvo crianças de 1 a 4 anos (foto: Freepik/Reprodução)

 

Na tarde da última quinta-feira (6/10) viralizou nas redes sociais a divulgação de um possível caso de poliomielite no estado do Pará, em uma criança de três anos. Na verdade, foi divulgado o caso de um menino de 3 anos cujas fezes teriam o vírus que causa a poliomielite. O Ministério da Saúde, em nota ao Estado de Minas, nega que o vírus esteja em circulação no país novamente. A pasta chegou a enviar uma equipe para investigar um caso de Paralisia Flácida Aguda, que pode estar relacionado com vacinação inadequada. 

Confira a nota na íntegra:

“O Ministério da Saúde informa que não há registro de circulação viral da poliomielite no Brasil.


A pasta enviou uma equipe ao estado do Pará nesta quinta-feira para investigar um caso de Paralisia Flácida Aguda. De acordo com informações enviadas pela secretaria estadual de saúde, o caso pode estar relacionado a um evento adverso ocasionado por vacinação inadequada. É importante ressaltar que não se trata de poliomielite.


O Ministério da Saúde reforça que pais e responsáveis vacinem suas crianças com todas as doses indicadas para manter o país protegido da poliomielite, doença eliminada no Brasil.”

O caso

A Secretaria de Saúde Pública do Pará emitiu um alerta na tarde de ontem (6/10) comunicando o registro de um caso de poliomielite em uma criança de 3 anos. Seria o primeiro desde 1989.

 

 


De acordo com o alerta, a criança mora na cidade de Santo Antônio do Tauá. Os primeiros sintomas apareceram em 21 de agosto, com quadros de febre, dores musculares, mialgia e paralisia flácida aguda (PFA) que compromete os membros inferiores. A situação foi relatada um dia após a criança receber as vacinas tríplice viral e da poliomielite.


Ao investigar o caso, foi constatado que a vacinação infantil da criança estava errada. Ela não havia recebido as doses da VIP (vacina da pólio dada em 3 doses por meio de injeção até os 6 meses), mas, tinha duas doses da VOP (vacina oral, em gotas), o que vai contra o Plano Nacional de Imunização.

 

A Vigilância Epidemiológica municipal afirmou que, ao tomar conhecimento, realizou visita domiciliar e solicitou pesquisa de poliovírus nas fezes da criança.

 

A coleta de fezes foi realizada no dia 16 de setembro e encaminhada ao Laboratório de Referência do Instituto Evandro Chagas. O resultado positivo saiu para Sabin Like 3 (vírus da pólio) no último dia 4.

 

Uma equipe da vigilância epidemiológica do estado está no município para levantar e qualificar as informações, além de avaliar o quadro clínico da criança.

 

Segundo a nota da Secretaria da Saúde, outras hipóteses diagnósticas não foram descartadas, como síndrome de Guillain-Barré. "Portanto o caso segue em investigação conforme o que é preconizado no Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde."

 

O médico Renato Kfouri, presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), explica que como a criança havia acabado de receber a vacina Sabin, é normal encontrar o vírus nas fezes.

 

"Não quer dizer que ele seja o causador da paralisia. É preciso sequenciar esse vírus para ver se está íntegro, atenuado na vacina, ou se sofreu alguma reversão da sua virulência e é o causador do quadro de paralisia aguda na criança."

 

Por isso, ele diz ser necessária uma investigação melhor, inclusive neurológica, e um sequenciamento genético do vírus encontrado nas fezes, para saber se o quadro tem relação com o vírus vacinal ou se a criança desenvolveu uma paralisia por outra doença e foi apenas uma coincidência ter acabado de tomar a vacina.

 

"Ela tinha um esquema não adequado de vacinação, tinha recebido só as vacinas orais, e não a vacina inativada [contra a pólio], como recomenda o Ministério da Saúde. É ainda um caso suspeito, não é um caso comprovado de paralisia pelo vírus vacinal". (Com informações da Folhapress)


 


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