Por Amanda Serrano*
O uso de inteligência artificial e da robótica vem crescendo na medicina. É o que mostra um estudo mundial realizado pela empresa de consultoria e auditoria PwC. O uso de robôs possibilita a simplificação e otimização da rotina médica e da recuperação do paciente.
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“Já a cirurgia robótica é um procedimento no qual o cirurgião vai trabalhar pela mesma ótica da laparoscópica. A diferença é que na robótica, ele consegue enxergar as estruturas do corpo aumentadas e em 3D. Além disso, as pinças do robô possuem articulações, o que ajuda a mimetizar os movimentos da mão humana”, afirma o especialista, que está entre os cinco médicos de Belo Horizonte com certificado para dar aula de aplicação do robô em cirurgias urológicas.
Um exemplo citado pelo urologista é a cirurgia de próstata: “Nesse caso, se trata de uma cirurgia muito específica, com muitos detalhes e nervos muito complexos, como o da ereção e o da incontinência urinaria. Com o avanço do procedimento, é possível garantir uma preservação maior do paciente, já que o cirurgião terá uma amplitude maior de movimentos”.
Para Renato Corradi, dar mais conforto tanto para o cirurgião quanto para o paciente é a principal vantagem desse avanço. Ele afirma que, além de conseguir enxergar melhor, é possível fazer movimentos mais específicos e certeiros, o que resulta em menos danos e garante uma recuperação melhor e mais rápida do paciente.
“Quando falamos em uma cirurgia para retirar um nódulo cancerígeno, por exemplo, nós vamos retirar a doença, entretanto, existem estruturas ao redor que acabam sendo danificadas. Com a robótica, conseguimos uma precisão maior ao atacar diretamente o problema com menos efeitos colaterais”, declara.
Cirurgia para todos
Segundo o especialista, o caminho para que a cirurgia seja aprovada e disponibilizada pelos convênios e pelo SUS é mostrar as vantagens e diferenciais do procedimento. “Além de todos os benefícios citados, em aspectos oncológicos, já é possível perceber um melhor tratamento do câncer com a cirurgia robótica”. O médico afirma que isso é um grande passo, pois permite que as pessoas busquem o diagnóstico de maneira precoce sem medo do tratamento.
“Vale lembrar que isso está crescendo cada vez mais. Em 2017, apenas um hospital realizava esse tipo de procedimento em Belo Horizonte, hoje já temos cinco. Antigamente, quando se falava em cirurgia robótica, pouca gente conhecia, mas nos dias de hoje, o próprio paciente já chega solicitando. Futuramente, com a demanda da oferta e da procura, e da maior recuperação, o custo do material e do procedimento vai ser diluído pela rapidez, menor taxa de internação hospitalar e menor uso de medicamentos pós-operatórios”, explica.
Cursos e capacitações
Para realizar a cirurgia robótica, o médico precisa de uma especialização que, antes, era preciso viajar para conseguir, como aconteceu com Renato. “Quando eu fiz, eu fui selecionado pela empresa e precisei viajar para os Estados Unidos. Atualmente, nós já temos esse curso de capacitação aqui em Belo Horizonte, disponibilizados pela Famena e pelo Hospital Mater Dei, e qualquer profissional que tiver interesse pode fazer”, esclarece o urologista.
* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.