Erradicado em 2016, quando o Brasil recebeu o certificado da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o sarampo voltou a preocupar médicos e órgãos de saúde com o registro crescente de surtos. Em 2018, foram mais de dez mil casos notificados no país e, no ano passado, foram 668 ocorrências.
A redução da cobertura vacinal foi determinante para esse cenário, como explica o infectologista do Hospital Vila Da Serra, do Grupo Oncoclínicas, Cristiano Galvão de Melo. "A baixa adesão à imunização gerou uma população menos protegida, somada a casos importados, ou seja, de viajantes que retornaram às suas cidades de origem infectados. Atrelado a isso, temos o movimento mundial antivacinas e a falsa percepção de segurança", revela.
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O médico alerta que em todas as faixas etárias o sarampo pode levar à morte e seu diagnóstico tende a ser tardio na idade adulta. "É uma doença altamente contagiosa com sérios desdobramentos. Em adultos, os sintomas iniciais são mais brandos, muito semelhantes aos de um resfriado ou uma gripe, com tosse, febre, congestão nasal, irritação nos olhos, falta de apetite, acompanhados de manchas brancas na mucosa oral e manchas vermelhas pelo corpo, principalmente no rosto, atrás das orelhas e nas mãos. O quadro pode evoluir para uma pneumonia ou complicações cerebrais tardias. Em crianças, o agravamento pode resultar em pneumonia, infecção de ouvido e encefalite (infecção do sistema nervoso central)", esclarece.
Segundo Cristiano, o tratamento consiste na administração de medicamentos para controle dos sintomas, como dor e febre, e hidratação venosa para evitar a desidratação. O médico reitera que a maneira mais eficaz de se proteger do sarampo é por meio da vacina tríplice viral, que imuniza ainda contra caxumba e rubéola, e é disponibilizada durante todo o ano pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
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