Dizem que os olhos são as janelas da alma, por onde transmitimos nossa verdade, sentimentos e intenções. É por isso que ao conversar com outra pessoa procuramos, na maioria das vezes, olhar direto nos olhos, demonstrando respeito e atenção.
Mas, com o passar dos anos, a delicada pele que recobre nossos olhos - as chamadas pálpebras - sofrem com o efeito do tempo e, assim como outras partes do corpo, podem apresentar flacidez e excesso de gordura, criando as tão temidas bolsas, que dão um aspecto cansado ao olhar, aparência mais envelhecida e até fazem parecer, em alguns casos, que a pessoa está irritada.
Para solucionar esse problema e garantir um rejuvenescimento - e certas vezes até a melhora da visão - existe uma cirurgia chamada blefaroplastia, procedimento considerado relativamente simples dentro da cirurgia plástica e um dos mais procurados nas clínicas. “A blefaroplastia é a cirurgia para a retirada do excesso de pele das pálpebras superiores e/ou inferiores. Nesse procedimento também podemos tratar o excesso de bolsas de gordura das pálpebras”, explica a médica cirurgiã plástica Thamy Motoki, Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Recomendações da blefaroplastia
A profissional ressalta que esse tipo de intervenção é recomendado para pacientes que apresentam excesso de pele na região das pálpebras, o que muitas vezes confere aquele aspecto de “olhar cansado”. E há muitos casos de mulheres que se queixam, também, da dificuldade de utilizar maquiagem nos olhos, devido às bolsas nas pálpebras.
E além do fato estético, o excesso de pele e flacidez na região dos olhos pode causar problemas, até mesmo na visão. “Muitas vezes o excesso de pele nas pálpebras pode sim diminuir o campo visual do paciente, causar uma sensação de peso nos olhos e dificuldade para enxergar”, pontua Thamy.
Normalmente o excesso de pele nas pálpebras surge com o passar dos anos, por uma flacidez natural daquela região que, por si só, já é muito delicada. Mas em alguns casos, de acordo com a cirurgiã, pode estar relacionada a doenças raras como a Cútis Laxa, em que o paciente apresenta uma flacidez generalizada e precoce da pele, ou a Síndrome do Blefarocalásio em que há edema (inchaço das pálpebras) e flacidez da pele no local, além de outros sintomas.
Engana-se quem pensa que problemas nas pálpebras afetam apenas pessoas de idade mais avançada. Os mais jovens também podem apresentar essa flacidez e excesso de pele no local. A médica e ex-BBB Laís Caldas passou recentemente por uma blefaroplastia para melhorar o aspecto na região dos olhos. “Às vezes o excesso de pele pode ser confundido, ou mesmo vir associado, a uma condição conhecida como ptose palpebral. Trata-se de um caimento da pálpebra, seja por alteração da musculatura/ ligamentos de sustentação da pálpebra superior, ou por causa neurológica, podendo ser de origem congênita (desde o nascimento) ou adquirida”, detalha a médica.
Sem necessidade de internação
Apesar de ter um nome complicado, que pode até causar certo receio, a blefaroplastia é considerada uma cirurgia relativamente simples. Pode ser realizada com anestesia local ou local com sedação. E no geral é uma intervenção rápida, realizada em menos de duas horas. “Quando a blefaroplastia é feita em clínica não há necessidade de internação. Caso seja realizada em hospital, o paciente é internado apenas para operar, mas tem alta poucas horas depois do procedimento”, explica a cirurgiã.
É mais comum que a intervenção seja feita nas pálpebras superiores, mas, havendo necessidade após uma detalhada análise médica, também é possível realizar a cirurgia nas pálpebras inferiores.
Por ser uma região totalmente próxima aos olhos, pode surgir a dúvida se, além do cirurgião plástico é preciso ter o acompanhamento de um oftalmologista. “Normalmente sugerimos acompanhamento em conjunto com oftalmologista só quando verificamos presença de doenças oftalmológicas associadas”, esclarece.
Recuperação e cuidados
Nas horas seguintes à cirurgia, é comum o paciente ficar com as pálpebras inchadas e, em alguns casos, com manchas roxas, afinal a pele do local é bastante delicada e foi manipulada. “Para melhorar esses sintomas oriento sempre o uso de compressas geladas, colírios e pomadas lubrificantes nos olhos. Além disso, é muito importante a proteção solar. A recuperação dura em torno de 7 dias, quando então retiramos os pontos. As cicatrizes ficam bem discretas, escondidas nos próprios sulcos (marcas) palpebrais”, explica a especialista.
Os resultados obtidos com a blefaroplastia tendem a se manter por um longo período e, normalmente, não há necessidade de realizar uma nova intervenção no local. Mas a Dra. Thamy ressalta que é essencial, antes de qualquer tipo de procedimento cirúrgico, que o paciente passe por uma avaliação séria e detalhada, feita por um cirurgião plástico capacitado. “Como se trata de uma região muito delicada e exposta, todo cuidado é pouco. Além disso, seguir as recomendações à risca no pós-operatório é essencial para o sucesso da cirurgia”, pontua a cirurgiã.