Jornal Estado de Minas

SAÚDE

Autismo: promova a independência do seu filho

Pais e cuidadores de crianças com autismo precisam ter em mente a importância de ajudá-las a ter uma maior independência. Afinal, nem sempre os pais ou responsáveis poderá estar ao lado de seus filhos e dos pequenos que cuidam. Por isso, em primeiro lugar, é preciso buscar uma maior compreensão do que é o autismo e conhecer seu filhos, conquistando e respeitando a sua confiança no dia a dia. É preciso entender que cada criança é única, e essa diversidade é natural.





"Umas das maneiras de ajudar no desenvolvimento do seu filho é fazer brincadeiras que o estimule, que o ajude a superar seus limites. É  importante também esclarecer as dúvidas dos familiares e amigos sobre o autismo, pois dessa forma se anula o preconceito. E não deixe de buscar apoio de grupos e perfis sobre autismo, de buscar ajuda de pessoas, pais e cuidadores, que vivenciam situações semelhantes", orienta Gesika Amorim, mestre em educação médica, pediatra pós-graduada em neurologia e psiquiatria, com especialização em tratamento integral do autismo, saúde mental e neurodesenvolvimento.

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Ajudar o filho a ter uma maior independência é fundamental, por isso a pediatra  Gesika Amorim recomenda:

- Busque a compreensão do que é autismo
"Conheça o seu filho, respeitando e conquistando a sua confiança dia a dia. Nunca compare seu filho autista com outro. Cada crianças é única, essa diversidade é natural. Direcione o seu filho para brincadeiras que o estimule, que o ajude a superar os seus limites".

- Procure ter uma rotina com seu filho

- Procure investir em diferentes terapias (hoje existem diversas no mercado e além de divertidas, são muito eficazes)

- Busque estimular as interações sociais com a criança.




Ser mãe, pai, cuidador ou professor de uma criança autista, vai exigir paciência e muito amor, coisas que muitas vezes se desenvolve com o tempo e aprendizado. "Por isso, busque apoio de grupos e perfis sobre autismo, busque ajuda de pessoas, pais e cuidadores, que vivenciam situações semelhantes. É importante conversar com familiares e amigos esclarecendo as dúvidas sobre o autismo, anulando dessa forma o preconceito", destaca a médica pediatra.

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Autismo não verbal – Desafio ainda maior

Entre as crianças diagnosticadas com transtorno do espectro autista, existem aquelas que não apresentam linguagem expressiva ou receptiva, ou ainda demoram mais tempo para se expressar verbalmente. Estamos falando em torno de 15 a 20% dessas crianças. Essa é uma das características diagnosticas para o autismo, que impactam negativamente a aprendizagem e a interação social da criança com o mundo.

"No autismo não verbal o indivíduo também apresentará limitações para expressar o pensar e o sentir, o que desejam ou precisam, sendo um desafio ainda maior para os pais e cuidadores ao trabalhar o desenvolvimento da criança. Por isso, a importância do diagnóstico precoce, já que a intervenção correta é primordial para otimizar o desenvolvimento da criança", lembra Gesika Amorim.  

Há também algumas atitudes que jamais devemos fazer com a pessoa que apresenta a síndrome do espectro autista, como por exemplo: buscar métodos “alternativos” de cura, esconder a condição do espectro autista, camuflando as estereotipias, mentir, silenciar e estigmatizar. "Todas essas atitudes equivocadas ajudam a alimentar o preconceito em relação às pessoas que apresentam a síndrome do espectro autista. E isso é mais que um desserviço social, é crime", finaliza a pediatra.