Homem segurando laço azul em conscientização ao câncer de próstata

No Brasil, a cada 38 minutos, um homem morre devido ao câncer de próstata

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A saúde masculina ainda é um tabu na sociedade brasileira. Se envolver questão sexual, o assunto é ainda menos abordado. Mas foi exatamente um problema na saúde sexual que levou o aposentado Geraldo Magela Martins Filho, 78 anos, a descobrir um câncer de próstata.

 

“Estava com um problema sexual e procurei por um médico urologista. Ao realizar o exame de toque, veio o alerta: minha próstata estava aumentando. Outro exame, o PSA (Antígeno Prostático Específico), apontou para suspeita de câncer de próstata, constatada pela biópsia. Para retirar o tumor, realizei cirurgia robótica urológica e, hoje, sigo monitorando a doença por exames”, relata o aposentado.

 

O médico urologista do Vera Cruz Hospital, Bruno Resende, explica que o PSA é um exame de sangue pedido para avaliar a saúde do homem.

Médico urologista do Vera Cruz Hospital, Bruno Resende

Urologista Bruno Resende

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“Uma boa consulta urológica deve conter anamnese, avaliação física incluindo toque retal, e a dosagem do exame de sangue, que é o PSA. Ambos servem para avaliar a próstata do homem, podendo identificar ou não, a presença de nódulos ou áreas endurecidas, sugerindo a possibilidade de um tumor. O aumento do PSA pode estar relacionado tanto a um tumor maligno quanto ao aumento benigno da próstata. Podemos detectar uma alteração e a pessoa não ter sintomas”, detalha.
 

No Brasil, a cada 38 minutos, um homem morre devido ao câncer de próstata. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), 66 mil novos casos foram registrados em 2020, o que corresponde a 29,2% dos tumores incidentes no sexo masculino. Os dados acendem um alerta sobre a importância da campanha mundial de conscientização a respeito de doenças masculinas, o Novembro Azul, com ênfase na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de próstata.
 

Bruno Resende destaca que a queixa do aposentado é um dos sintomas que podem aparecer em pacientes com diagnóstico do câncer de próstata. “Muitos homens acham que é normal ir ao banheiro com frequência, ter o fluxo urinário fraco ou interrompido e vontade de urinar frequentemente à noite, mas esses são sinais de que algo está errado com a próstata, que pode ser por ela estar aumentada ou mesmo pelo câncer. Outros sintomas, como sangue na urina ou no sêmen, dor no quadril, costas, coxas ou até mesmo nos ombros, quando a doença já se disseminou, e fraqueza ou dormência nas pernas ou pés, também merecem atenção”, detalha.
 

No entanto, o urologista ressalta que a maioria dos homens não apresenta sintomas e salienta a necessidade do rastreamento para que as chances de cura aumentem. "É importante que os homens realizem os exames de rotina para diagnosticar a doença ainda na fase inicial, que é quando ela não apresenta sintomas. O câncer de próstata, quando descoberto na fase inicial, tem mais de 90% de chance de cura", destaca. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) recomenda que os homens comecem a realizar os exames aos 45 anos. Para aqueles com histórico familiar da enfermidade ou em homens negros, a partir dos 40 anos.

 

Adolfo José de Oliveira Scherr, médico oncologista do Vera Cruz Oncologia, expõe que o câncer de próstata atinge, na maioria, homens mais velhos, a partir da sexta década de vida. “O tipo mais comum é o adenocarcinoma, um tumor que se inicia nas células que formam a parte glandular da próstata e que ajudam na produção do líquido seminal. Há tumores que podem se iniciar na próstata, como os sarcomas, mas são raríssimos e não estão relacionados com idade”, pontua.
 

Adolfo José de Oliveira Scherr, médico oncologista do Vera Cruz Oncologia

Oncologista Adolfo José de Oliveira Scherr

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O tratamento do câncer de próstata depende do tipo do câncer e do estágio em que a doença foi descoberta. Cada caso é avaliado individualmente. “Como na maioria das vezes o tumor de próstata cresce lentamente, há casos diagnosticados em pacientes mais idosos, em especial nos estágios mais precoces, quando existe a opção de não iniciar nenhum tratamento e apenas seguir o paciente de perto”, conta.
 

Em outros, é indicado a cirurgia, como foi o do aposentado. “O paciente passou por uma cirurgia robótica urológica, que tem a recuperação mais rápida e há menores chances de sequelas, como incontinência urinária e impotência sexual, do que na técnica tradicional”, pontua Bruno Resende, que realizou o procedimento.
 

Outra parte importante do tratamento do câncer de próstata é o bloqueio da produção hormonal de testosterona. “O hormônio estimula o crescimento da próstata e também do tumor. Podemos fazer esse bloqueio hormonal através de medicação (injeção e/ou uso de comprimidos) ou através da cirurgia de retirada dos testículos (nesse caso em pacientes mais idosos e com doença avançada). Temos também a quimioterapia tradicional, indicada para casos mais avançados, em pacientes com grande volume de doença metastática e que falharam no tratamento de privação hormonal”, resume.
 

Aos pacientes que precisam seguir com as medicações para o tratamento da doença, a clínica Vera Cruz Oncologia disponibiliza os mais modernos tratamentos disponíveis. São sete consultórios pensados para facilitar a conversa entre médico, pacientes e familiares e outro espaço onde os pacientes em quimioterapia podem fazer o procedimento ao lado de um acompanhante, com conforto e comodidade.