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Estado de Minas CÂNCER

Câncer de bexiga: o que é a doença de Roberto Justus e Celso Portiolli

Doença é duas vezes mais comum nos homens e pico de incidência é dos 60 aos 70 anos. São esperados mais de 10 mil casos no Brasil em 2022


08/11/2022 12:12
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Roberto Justus e Celso Portiolli
(foto: Instagram/Reprodução)

O empresário Roberto Justus, de 67 anos, acaba de revelar que fará quimioterapia por conta de um tumor maligno na bexiga. Em post no Instagram neste domingo (6/11) ele falou sobre o diagnóstico do câncer depois de realizar exames de rotina. A doença também acomete o apresentador Celso Portiolli, que descobriu o problema na bexiga em 2021 e, também no último fim de semana, veio a público declarar, a seus seguidores, que não participaria do Teleton por causa de uma inflamação no órgão, causada pelo tratamento a que vem sendo submetido contra o câncer.

O câncer de bexiga é o segundo tumor urológico mais comum, atrás apenas do câncer de próstata. E não é uma doença rara. Pelo contrário. Esse é um problema vivenciado por muitos brasileiros. O número de diagnósticos de câncer de bexiga em 2022 deve ultrapassar os 10 mil, sendo 7.590 homens e 3.050 mulheres, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Dentre os homens, os tumores de bexiga são duas vezes mais comuns nos brancos. No geral, a doença é três vezes mais comum em fumantes e acomete, principalmente, pessoas a partir dos 55 anos, com pico de incidência entre os 60 e 70 anos.

Além das variáveis de sexo, idade e etnia, alguns fatores de risco são: tabagismo, exposição a produtos químicos, como aminas aromáticas, benzidina e beta-naftilamina, utilizados na indústria de corantes; determinados produtos químicos orgânicos; exposição à fumaça do óleo diesel; uso de alguns medicamentos ou suplementos fitoterápicos, como pioglitazona para diabetes por mais de um ano; uso de suplementos dietéticos que contêm ácido aristolóquico; exposição a arsênico; baixo consumo de líquidos; irritações e infecções crônicas (urinárias, cálculos nos rins e bexiga). Além disso, o histórico familiar - pessoas com familiares que tiveram câncer de bexiga têm um risco aumentado para desenvolvimento da doença.

"De todos os fatores de risco, o mais preponderante é o tabagismo. Os fumantes têm três vezes mais riscos de desenvolver câncer de bexiga", afirma Vladmir Pinheiro, vice coordenador da Comissão de Tumores do Trato Urinário da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), uro-oncologista, coordenador de Uro-Oncologia da Santa Casa de Fortaleza e médico do Hospital São Carlos Rede D'or Ceará.

Sinais de alerta e diagnóstico


Em geral, os sintomas de câncer de bexiga são inespecíficos, podendo indicar outras doenças. Por essa razão, é importante que um médico seja procurado para ser feita a avaliação. O sinal mais frente da doença é a presença de sangue na urina (hematúria). Dependendo da quantidade de sangue, a urina pode ter uma cor alaranjada ou vermelha escura ou a cor natural mesmo. Pequenas quantidades de sangue somente são identificadas em um exame de urina de rotina.

Nos estágios iniciais, o câncer de bexiga causa pouco sangramento e pouca ou nenhuma dor. Além disso, identificar sangue na urina não significa ter câncer na bexiga. O sangue pode ser causado por outros motivos, como infecção, tumores benignos, pedras nos rins ou outras doenças renais benignas. Também são possíveis sintomas ou sinais de alerta para câncer de bexiga: micção frequente, maior que a habitual; sensação de dor ou queimação ao urinar; urgência em urinar, mesmo quando a bexiga não está cheia; dificuldade para urinar ou fluxo de urina fraco.

Os diferentes tipos de câncer de bexiga

O câncer de bexiga é classificado em três tipos: carcinoma de células de transição (representa a maioria dos casos e começa nas células do tecido mais interno da bexiga); carcinoma de células escamosas (afeta as células delgadas e planas que podem surgir na bexiga depois de infecção ou irritação prolongadas) e adenocarcinoma (se inicia nas células glandulares - de secreção - que podem se formar na bexiga depois de um longo tempo de irritação ou inflamação).

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De acordo com o levantamento SEERS da American Cancer Society, as chances de cura do câncer de bexiga na fase mais precoce são de 96%. Quando a doença está localizada na bexiga, comprometendo camadas mais profundas ou a camada muscular, e não há sinais de que se espalhou para fora da bexiga, as chances de cura são de 69%. Quando o câncer se espalhou da bexiga para estruturas próximas ou nódulos linfáticos, a taxa cai para 37%. Quando o câncer se espalhou para partes distantes do corpo, como pulmões, fígado ou ossos (metástase), as chances de cura ficam abaixo de 10%.

Tratamento

A indicação do protocolo de tratamento depende do tipo de tumor e a fase em que a doença é descoberta. As principais modalidades cirúrgicas são:

Ressecção transuretral da bexiga (RTUP) - usada para câncer superficial ou em estágio inicial. Nele, o tecido canceroso da bexiga é removido pela uretra.

Cistectomia: remoção parcial ou completa da bexiga. É frequentemente usada em câncer de bexiga mais avançado. Os gânglios linfáticos próximos à bexiga também são removidos. A próstata é removida nos homens, e nas mulheres o útero, os ovários, as trompas de falópio e muitas vezes uma pequena parte da vagina.

Técnicas de cirurgia minimamente invasiva, como laparoscopia e procedimentos robóticos, também são indicados para alguns pacientes com câncer de bexiga.

Outros tratamentos


Além da cirurgia, há a imunoterapia intravesical dentro da bexiga chamado BCG (Bacilo Calmette-Guérin). A BCG é um organismo bacteriano, usado para tratar a tuberculose, que é adotado como imunoterapia padrão para o câncer superficial da bexiga. Pode ser administrada diretamente na bexiga por meio de um cateter inserido pela uretra para estimular uma resposta imune dentro da bexiga, evitando uma recorrência da doença. Os demais pilares de tratamento de câncer de bexiga são a quimioterapia e a radioterapia. A quimioterapia desempenha um papel importante no tratamento do câncer de bexiga metastático.


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