Diante da recente alta de casos de COVID-19 e da chegada da subvariante ômicron BQ.1, infectologistas recomendam retomar o uso de máscaras em locais públicos, principalmente onde há aglomerações, como metrôs, trens e ônibus. Uma paciente de 72 anos, que estava internada em um hospital de São Paulo, e morreu em outubro, após ser diagnosticada com a subvariante ômicron BQ.1 do coronavírus, teve a morte confirmada pela variante nesta terça-feira (8/11).
A nova linhagem gera preocupação em especialistas por sua capacidade de escapar de anticorpos. A cepa é responsável pelo recente aumento de casos nos Estados Unidos e na Europa e já foi identificada no Amazonas, no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul.
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Uma vez infectado, o paciente pode recorrer à medicação antiviral que reduz a probabilidade de desenvolver casos graves em até 70% e deve ser usada na primeira fase da doença, segundo o infectologista Helio Bacha.
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É preciso voltar a usar máscara?
Apesar de a determinação do uso de máscaras em locais públicos caber às autoridades estaduais e municipais —em São Paulo, por exemplo, não foi anunciada nenhuma nova medida nesse sentido—, para o médico infectologista Evaldo Stanislau Affonso de Araújo, esse respaldo não é necessário.
"Não fiquem esperando as autoridades dizerem se devem usar máscara ou não", diz o membro da diretoria da Sociedade Paulista de Infectologia. Ele recomenda o uso da proteção em ambientes fechados, como o transporte público, shopping centers e elevadores. "É uma decisão individual, mas eu, por exemplo, nunca mais entrei em elevadores sem máscara", afirma.
O infectologista Helio Bacha também recomenda o uso de máscaras no transporte público, por exemplo. "É mais prudente", diz. A queda no número de mortes dá uma falsa sensação de que a pandemia acabou, segundo o infectologista. "As pessoas se equivocam ao banalizar a COVID. Não podemos nos esquecer da COVID longa, que traz bastante sofrimento, com comprometimento cognitivo e de memória", diz.
TOMEI AS QUATRO DOSES DE VACINA, ESTOU PROTEGIDO DA SUBVARIANTE?
Sim, mas parcialmente, segundo o infectologista Bacha. Ele explica que, como toda vacina, as doses contra COVID-19 não impedem a infecção, mas evitam formas mais graves da doença. Além disso, a subvariante atual gera preocupação em especialistas por sua capacidade de escapar de anticorpos. Mesmo assim, a recomendação é manter o esquema vacinal completo e procurar um posto de saúde caso não tenha tomado as quatro doses disponíveis.
AS VACINAS DISPONÍVEIS NO BRASIL PROTEGEM CONTRA A NOVA VERSÃO DA ÔMICRON?
As vacinas disponíveis protegem contra formas mais graves da doença, mas não impedem a infecção, evitada apenas por meio de medidas como uso de máscaras e manter as mãos higienizadas. Existem, porém, vacinas da Pfizer e da Moderna adaptadas à variante ômicon, mas o imunizante ainda não está disponível no Brasil.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA SUBVARIANTE?
São os mesmos de variações anteriores da COVID-19, como coriza, dor de garganta e mal-estar generalizado. De acordo com Araújo, a nova subvariante tende a causar efeitos mais discretos que não podem ser menosprezados. "Diante de qualquer sintoma, por mais fraco que seja, o ideal é fazer o teste e evitar contato com outras pessoas", diz. Para pessoas com o esquema vacinal completo, a chance de desenvolver quadros graves de pneumonia decorrente da infecção é remota, segundo o infectologista Bacha.
A QUINTA DOSE DE REFORÇO É NECESSÁRIA PARA BARRAR A SUBVARIANTE DA ÔMICRON?
Para o infectologista Araújo, ainda há dúvidas sobre a efetividade de uma quinta dose contra novas variantes, para além da população mais vulnerável, como os idosos e pacientes com comorbidades. Além disso, o infectologista chama atenção para o atraso na vacinação de crianças de 6 meses a 2 anos que servem de reservatório e foco de disseminação do vírus. "O Ministério da Saúde tem que corrigir isso urgentemente", diz.
COMO PROTEGER AS CRIANÇAS AINDA NÃO VACINADAS?
Visitas de familiares e amigos com sintomas respiratórios devem ser adiadas e vale reforçar para todos a importância da higienização das mãos antes do contato com a criança. Caso ela vá para a creche, conheça o funcionamento da unidade, verifique se há pontos adequados para higienização das mãos e se os profissionais estão orientados para as medidas de proteção.