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Estado de Minas SAÚDE

Brasil avança no tratamento da estenose aórtica pelo SUS

Problema cardíaco, decorrente da degeneração e calcificação da válvula aórtica, é comum em idosos


10/11/2022 12:05 - atualizado 10/11/2022 12:19

Eletrocardiograma
(foto: Buecherwurm/Pixabay)

Dados demográficos mostram que, assim como muitos países do mundo, a população brasileira está envelhecendo, com o aumento do número de idosos e diminuição da proporção de jovens. Esse novo perfil populacional impacta nas políticas de saúde pública, já que muitas doenças antes despercebidas passam a se tornar mais comuns. Uma delas é a estenose aórtica, decorrente da degeneração e calcificação da válvula aórtica, dificultando a saída do sangue do coração para a aorta, prejudicando a circulação sanguínea.

Seus sintomas são principalmente cansaço, desmaios, pressão ou dor no peito e arritmia cardíaca, podendo também se manifestar com morte súbita. Uma acentuada perda da qualidade de vida do paciente é comum, pela evolução de um quadro permanente de cansaço, fadiga e falta de ar. Entre os idosos acima dos 75 anos de idade - cerca de 1,5 milhão de brasileiros - a estenose aórtica atinge em torno de 5% no mundo, sendo uma doença que, além de debilitar o paciente, sobrecarrega sua família e o sistema público de saúde. O idoso deixa de trabalhar, de se exercitar, de conviver socialmente e se torna dependente, com todas as implicações decorrentes disso.

Atualmente os casos estenose aórtica grave sintomática são tratados com cirurgias convencionais, ou seja, aquelas chamadas de peito aberto, com longos prazos de internação, convalescência e de recuperação. Mas por ser uma doença que atinge em sua grande maioria idosos, estima-se que até um terço deles não podem ser operados por conta do grande risco de complicações e de mortalidade e, assim, sofrem com deterioração de sua vida sofrendo com os sintomas limitantes.

É nesse contexto que o Ministério da Saúde publicou a portaria GM/MS No 3.904, no último dia 1º de novembro, no dia 3/11 no DOU, disponibilizando uma nova técnica percutânea minimamente invasiva para o tratamento da estenose aórtica: o Implante Percutâneo de Bioprótese ValvarAórtica, mais conhecido como TAVI (do inglês Transcatheter Aortic Valve Implantation) no SUS.

Esse procedimento foi realizado pela primeira vez em 2002, na França, e permite a substituição da válvula nativa por meio de um procedimento via cateter, que é introduzido por um acesso vascular arterial geralmente na virilha do paciente, à semelhança de uma angioplastia com implante de stent coronário. Característica que o torna rápido e mais seguro para idosos, com impacto social para a família e potencialmente para o sistema público de saúde.

 

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Apesar de já estar liberada no Brasil há 15 anos, a técnica somente estava disponível na rede privada de saúde. Em 2021 entrou no rol de cobertura dos planos de saúde e agora, em 2022, é a vez de ser disponibilizada no SUS. No longo período desde sua liberação, a cardiologia brasileira realizou um importante trabalho de especialização e de capacitação para a TAVI, liderado pela Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI), através da realização de debates, simpósios, treinamentos e cursos.

Equipe do SUS
Os envolvidos no trabalho, da esquerda para direita: Ricardo Costa, cardiologista intervencionista e presidente da SBHCI, Alexandre Abizaid, cardiologista intervencionista, Marcelo Queiroga, Ministro da Saúde, Fábio Sândoli Brito Jr, cardiologista intervencionista e Fausto Feres, cardiologista intervencionista (foto: Arquivo Pessoal)

"Hoje, os cardiologistas intervencionistas brasileiros estão entre os especialistas mais capacitados e reconhecidos no mundo para a implantação da TAVI, técnica que acompanha a tendência moderna de tratamentos menos invasivos, com foco na segurança e na qualidade de vida do paciente no pós-procedimento", afirma o presidente da SBHCI, Ricardo Costa.


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