De acordo com dados do Ministério da Saúde, até o final de setembro deste ano, foram registrados 5.821 casos e 702 óbitos por meningites de diferentes etiologias no Brasil. O principal problema indicado pela pasta e por especialistas para explicar o avanço da doença é a queda da vacinação, principal forma de prevenir a meningite, chegando a combater 90% das formas mais graves da doença.
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“As vacinas contra a Meningite Bacteriana são consideradas a medida mais eficaz e segura para evitar quadros mais graves, sequelas como amputações, surdez ou cicatrizes e mortes. Uma vez que as crianças e adolescentes deixam de receber a vacina, o agente causador da doença começa a circular, aumentando assim, a sua incidência”, observa a Responsável Técnica em vacinas do Laboratório Lustosa, Marta Moura.
Existem imunizantes que protegem contra todos os tipos da doença bacteriana, meningite A, C, W, Y e o tipo B. A vacina disponível na rede pública protege contra o tipo C da doença e é ofertada ao público prioritário composto por crianças menores de cinco anos de idade, adolescentes de 11 e 12 anos e pessoas com comorbidade.
Na rede privada, é possível encontrar vacinas que, além de prevenir contra todos os tipos da doença, são destinadas a todos os públicos, ou seja, crianças, adolescentes e adultos.
O que é a meningite?
A meningite é uma doença grave, que pode levar à morte em até 24 horas. Trata-se de uma inflamação das meninges – membranas que recobrem o cérebro e a medula espinhal. É preciso agir rapidamente desde o início dos primeiros sintomas, pois a patologia pode deixar sequelas consideráveis, como amputações, perda da audição e convulsões.
Conforme a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, a doença pode ser causada por vírus (meningite viral), bactéria (meningite bacteriana), fungos (meningite fúngica) e parasitas. Os grupos A, B, C, W e Y respondem por mais de 95% dos casos.
No Brasil, o meningococo mais prevalente é o tipo C. Contudo, os órgãos de saúde esclarecem que, por essa ser uma doença imprevisível, é possível que ocorra a circulação de outros tipos, como o W e Y, já registrados no país. Nesse sentido, é importante identificar o agente causador da meningite. Além disso, por ser uma inflamação que afeta as estruturas do cérebro, deve ser descoberta o mais rápido possível.
Sintomas e tratamento
A intensidade dos sinais pode variar de acordo com o agente infeccioso. Segundo a Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde, as meningites provocadas por vírus costumam ser mais brandas, e os sintomas são parecidos com os de gripes e resfriados.
Entre os sinais da forma viral estão dor de cabeça, febre, um pouco de rigidez da nuca, falta de apetite e irritação. O vírus pode ser transmitido pelo contato com a saliva e a secreção respiratória ou por meio de alimentos contaminados e água.
Já as meningites bacterianas são mais graves, e os sintomas aparecem em pouco tempo, incluindo mal-estar, febre alta, vômitos, dor de cabeça forte e no pescoço, dificuldade para encostar o queixo no peito e manchas vermelhas no corpo. A transmissão ocorre por meio de secreções eliminadas pelo trato respiratório, como espirro ou tosse.
O tratamento da meningite é feito conforme o agente causador da infecção. De modo geral, a abordagem precisa ter início quanto antes, para aumentar as chances de evitar o desenvolvimento de lesões que podem deixar sequelas permanentes ou, até mesmo, levar à morte.
Não há tratamento para combater o tipo viral, que se resolve sozinho, podendo ser utilizada medicação para aliviar os sintomas, como dor e febre.