Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde mostrou que os números relacionados à obesidade e ao sobrepeso não param de crescer no país. Quase seis em cada 10 brasileiros estavam com sobrepeso em 2021, um aumento de cerca de 2% em relação a 2019. Já o índice de obesidade ficou em 22,35% em 2021, também superior aos anos anteriores e o dobro do registrado há 15 anos. A maioria das pessoas acima do peso são homens, mas as mulheres lideram entre os obesos.
Nesta sermana, a cantora Jojo Todynho anunciou que resolver fazer uma cirurgia bariátrica e foi muito questionada nas redes sociais.
“As pessoas deveriam fazer medição anual das suas taxas de glicose para ter um melhor controle. Nas crianças e jovens, e mesmo quem não tem sobrepeso, a palavra é prevenção. Adotar hábitos saudáveis de vida, como se alimentar bem e praticar atividades físicas. O açúcar e o sal, dois grandes venenos da alimentação atual, estão presentes em muitos alimentos processados e industrializados. O primeiro passo para cuidar da saúde é deixar de lado as comidas prontas que estão no mercado”, afirma.
Para além da adoção de um estilo de vida saudável, o especialista em tratamentos para a obesidade, pontua sobre os preconceitos que pessoas acima do peso sofrem. “Existe um estigma em relação à obesidade e esse paciente precisa justamente do oposto, que é apoio e compreensão, seja de médicos, da família, do seu ciclo social e da sociedade em geral. Por isso, é fundamental abordarmos a obesidade como o que ela é: uma doença que precisa ser tratada com acompanhamento profissional”, declara.
Tratamento para casos mais severos
Assim como a maior parte das doenças, a obesidade tem tratamento e um dos mais eficazes para os portadores de obesidade mórbida - aqueles que apresentam índice de massa corporal acima de 40kg/m2 ou de 35kg/m2 associado a comorbidades como hipertensão, diabetes, dentre outras - é a cirurgia bariátrica.
“O paciente candidato à bariátrica precisa ser muito bem avaliado por um médico, já que somente esse profissional pode definir qual é a melhor forma de abordar e tratar cada tipo de obesidade. É fundamental entender as condições clínicas e também psicológicas do paciente para sabermos se a indicação é mesmo a bariátrica e se é o melhor momento para fazê-la”, ressalta Pitombo.
De acordo com o médico, a cirurgia bariátrica também já tem sua eficácia reconhecida para o controle do diabetes tipo 2. Isso porque, após o procedimento, o alimento passa a chegar mais rápido ao intestino, promovendo a liberação de diversos hormônios, entre eles o GLP1. Esse hormônio age sobre o pâncreas, que, por sua vez, passa a produzir mais insulina, fazendo com que o açúcar no sangue diminua.
* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.