Dados da Federação Internacional de Diabetes apontam que a incidência da doença aumentou 16% no mundo entre 2016 e 2021. Hoje, no Brasil, cerca de 7% da população é diabética, o equivalente a 16.8 milhões de brasileiros. Pesquisas indicam que o grupo mais afetado pela diabetes tipo 1 são crianças e adolescentes - 20 a cada 100 mil podem desenvolver a doença todos os anos.
Somente em 2021 214 mil pessoas entre 20 a 79 anos morreram devido à enfermidade. Para conscientizar e alertar a população acerca da incidência de casos e dos principais riscos para a saúde humana, a International Diabetes Federation, em conjunto com a Organização das Nações Unidas, criou, em 1991, o Dia Mundial da Diabetes, com o intuito de indicar caminhos para a prevenção de todos os tipos de diabetes, pela incorporação de hábitos saudáveis, tais como: alimentação balanceada, práticas de atividades físicas e perda de sobrepeso.
A diabetes mellitus (DM) é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de insulina ou da incapacidade da insulina exercer adequadamente suas funções, caracterizada por altas taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia) de forma permanente. Produzida pelo pâncreas, a insulina é responsável pela manutenção do metabolismo, o que permite o bom funcionamento do organismo.
A síndrome pode se apresentar de diversas formas. Entre 5% e 10% dos casos correspondem a diabetes tipo 1, no qual o sistema ataca as células produtoras de insulina. A do tipo 2 tem manifestações, geralmente, na idade tardia (após os 40 anos), que implicam em complicações renais, oftalmológicas e neuropáticas, ocorrendo principalmente em pessoas com excesso de peso, comportamento sedentário e péssimos hábitos alimentares.
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), cerca de 90% dos pacientes apresentam o tipo 2 (DM2) da doença, quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz ou não produz o hormônio de forma suficiente para controlar a taxa de glicemia.
Estima-se que, hoje, 50% dos brasileiros diabéticos não sabem que têm a doença. Para Alex Araujo, CEO da 4Life Prime, empresa de saúde ocupacional, a falta de acompanhamento médico e os péssimos hábitos de vida são as principais causas para o aumento de casos . "É importante ficar atento aos sinais, como mudança de humor, fadiga, fraqueza, perda de peso, formigamento dos pés e mãos. Na maioria das vezes, o corpo dá sinais quando algo está errado com o seu funcionamento. São alertas, às vezes claros e outras vezes sutis".
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Há 12 anos, o especialista foi diagnosticado com diabetes tipo 2, desencadeada pelo estresse do trabalho, excesso de metas e pelo descontrole alimentar. Foi um período que sua glicemia chegou a 600 e teve que ser internado durante três dias. Araujo conta que foi a partir dos exames de rotina que descobriu a doença. Foi um momento de descobrimento sobre o funcionamento do seu corpo e dos seus limites. A partir do diagnóstico, ele mudou sua relação alimentar e incorporou hábitos saudáveis na rotina.
"A disponibilização de exames de rotina e o acompanhamento médico pela empresa foram fundamentais para o diagnóstico precoce, o que impediu complicações maiores. Hoje, passamos 30% do nosso dia no trabalho. É fundamental que as empresas incluam medidas de prevenção e incentivem o controle da diabetes. O primeiro passo é identificar os grupos de risco e incentivar mudanças de hábitos, a começar dentro da empresa", complementa o especialista.