Dados da operadora de planos de saúde Sami mostram que, apesar dos homens representarem 46% dos membros ativos da empresa, a procura do público masculino por consultas é duas vezes menor que a das mulheres. Esse comportamento, que acaba contribuindo com o descuido da saúde, já havia sido identificado pelo Ministério da Saúde, que alertou que apenas três em cada dez homens têm o hábito de se cuidar.
Segundo o gerente médico da Sami, Tales Shibata, a proximidade com profissionais de saúde - como um médico de confiança, enfermeiro e coordenador de cuidado - é essencial para rastrear doenças mais comuns nessa população. "A equipe conhece o histórico familiar do paciente, seus hábitos, o que contribui com o diagnóstico e pode introduzir práticas preventivas ou tratamento adequado a cada caso. Na Sami, apenas 34% das consultas são para homens, dado que revela que o público masculino não busca acompanhamento médico", ressalta.
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Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Brasil, a cada dez homens diagnosticados com câncer de próstata, nove têm mais de 55 anos. "Esse câncer é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. Além disso, o histórico de câncer na família é importante para investigar. No caso de pessoas cujo pai ou irmão tiveram câncer de próstata antes dos 60 anos, é um ponto de atenção", destaca Shibata.
Com exceção desses grupos considerados de maior risco, a Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde não recomendam a realização de exames de rotina para identificar esse tipo de câncer. "Quando os homens buscam ativamente o rastreamento desse tipo de tumor, eles precisam ser informados sobre os riscos envolvidos - como chance de impotência e infecções por conta dos exames e tratamento - e sobre a possível ausência de benefícios desses exames feitos como rotina, e é o que fazemos por meio da Sami", sinaliza o médico, que completa: "Individualizar a abordagem é fundamental. Aproximadamente 50% dos casos de câncer de próstata têm crescimento lento, e a maioria não precisa de tratamento - o que ajuda a evitar os riscos associados às biópsias e tratamentos."
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Homens vivem menos que as mulheres
Além de não se atentarem tanto à saúde, os homens também estão mais suscetíveis a mortes por causas externas - que são acidentes de trânsito, homicídios, suicídios. Não à toa, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE ), os homens vivem, em média, 7,1 anos menos do que as mulheres.
O médico da Sami explica que, culturalmente, as pessoas do sexo masculino foram condicionadas a ser provedores e invencíveis, assumindo muitas vezes profissões de maior risco ocupacional, sem se preocupar com prevenção de doenças e também cuidados com a saúde mental. "Por tal motivo, mais homens morrem devido ao suicídio do que mulheres", conclui.