O diabetes é uma doença crônica e silenciosa que atinge vários órgãos, inclusive os olhos. Na retina, a condição pode causar a retinopatia diabética (RD) que, ao longo dos anos, se não for tratada e bem acompanhada, passará por vários estágios até a cegueira. Ainda na retina, existe uma condição chamada de edema macular diabético (EMD), que pode se manifestar em qualquer fase da RD e gerar uma baixa de visão. Contudo, o EMD tem tratamento quando é diagnosticado precocemente, apresentando bons resultados e melhora visual.
O diabetes, explica a Paula Veloso Avelar Ribeiro, oftalmologista do Instituto de Olhos Minas Gerais (IOMG), especialista em retina e uveíte, também é fator de risco para outras doenças oculares, como glaucoma e catarata.
“Ambas podem ocorrer simultaneamente à retinopatia diabética, ou de forma isolada, e têm potencial para levar à perda da visão. Embora o tratamento da catarata seja definitivo, o do glaucoma pode requerer controle por tempo indeterminado”, ressalta.
Vale lembrar que outros aspectos podem causar o glaucoma e a catarata, tais como, idade avançada, uso de algumas medicações de forma crônica e doenças inflamatórias oculares (uveítes e traumas oculares). O glaucoma também está associado à etnia e história familiar; a catarata está fortemente ligada ao estilo de vida, como exposição excessiva ao sol e tabagismo, e a doenças autoimunes.
Para evitar o comprometimento da saúde ocular é essencial um bom controle do diabetes. Nos casos em que já exista acometimento oftalmológico, cada doença e seu estágio têm abordagens diferentes, por exemplo: laser para a retinopatia diabética, colírios para glaucoma e cirurgia para remoção da catarata. Quando essas doenças não são diagnosticadas ou tratadas a tempo, o paciente pode evoluir para uma baixa visual transitória e, em casos mais graves, cegueira.
A médica destaca ainda a importância de se manter um estilo de vida saudável com uma alimentação balanceada, rica em alimentos naturais; evitar o tabagismo; fazer um bom controle de doenças crônicas, como hipertensão; usar óculos escuros com filtro UV; não se automedicar, seja com comprimidos ou colírios; realizar consultas periódicas com um oftalmologista e diante de quaisquer sintomas visuais, procurar ajuda especializada.