No Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), em Uberaba, no Triângulo Mineiro, parte dos profissionais da área de saúde utiliza a terapia de florais como prática complementar no tratamento, principalmente, de ansiedade, depressão, inconstância no sono e dores articulares.




 
Na definição do Ministério da Saúde, a terapia de florais é uma prática não medicamentosa que utiliza essências extraídas de flores silvestres, altamente diluídas, para favorecer o equilíbrio e o bem-estar do usuário.
 
O pioneiro no uso desse recurso foi o médico inglês Edward Bach, na década de 1930. No Brasil, essa terapia foi reconhecida pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, em 2018.  
 
Desde o fim daquele ano, os Florais de Bach são oferecidos pelo HC-UFTM, em seu Núcleo de Práticas Integrativas e Complementares (Nupic). Os profissionais que atualmente aplicam essa terapia no hospital são os psicoterapeutas Paulo Estevão Pereira e Fernando Vieira Filho.


Eles destacaram que grande parte das queixas que normalmente levam os pacientes a esse tratamento está relacionada a ansiedade, depressão, inconstância no sono e dores articulares.




 
Para Vieira Filho, psicoterapeuta especializado em Florais de Bach, a terapia interage de forma sinérgica com os tratamentos baseados em abordagem farmacológica, a fim de melhorar o efeito dos medicamentos alopáticos.
 
“Eu trabalho a questão psicológica junto com os florais, e vêm muitas pessoas até mim com depressão, ansiedade, pânico e fibromialgia. Muitas delas já fazem tratamento convencional medicamentoso, e nós não interferimos no trabalho médico convencional. Os s Florais de Bach agem fazendo com que a coisa melhore com qualquer medicamento alopático. Eles interagem e não atrapalham”, considerou o psicoterapeuta.
 
De acordo com o HC-UFTM,quem quiser atendimentos com os terapeutas de florais e seguir o tratamento no Nupic, com consultas a cada 40 dias, deve ser encaminhado por um médico do próprio hospital ou da rede de saúde da região de Uberaba e passar por uma triagem, conduzida pela coordenação do Núcleo.




 

Relatos

 
A técnica em enfermagem Silvania Antonieta da Cruz, de 58 anos, contou que faz uso dos florais desde fevereiro de 2022, quando decidiu buscar alento para a ansiedade recorrente e a carga de emoções provocadas por sua atuação profissional na área da saúde.
 
“É emocionalmente desgastante (a rotina de trabalho), porque eu trabalho com a dor e com a morte, e tem também a família do paciente, que está sofrendo”, conta Cruz, que aliou as gotinhas homeopáticas dos florais ao tratamento alopático.
 
“O efeito tem sido positivo. Eu faço uso de antidepressivos; só que com a alopatia, dependendo da medicação que você usa, você se torna dependente. Com o floral, não. Ele vai agir de uma forma lenta, mas eficaz. Desde que comecei a usar os florais, fiquei mais tranquila e menos ansiosa”, comemorou.




 
Outra técnica em enfermagem que utiliza a terapia de florais é Flaviana das Graças de Souza, de 49 anos, que perdeu a mãe para a COVID-19 e começou a se sentir mais cansada física e mentalmente. “Eu era totalmente impaciente. Hoje estou extremamente calma. Isso é o floral, porque mesmo fazendo o tratamento alopático convencional, eu não conseguia isso”, contou.
 
Para Ana Paula Fragomeni Pires, de 47 anos, também técnica em enfermagem, apesar do pouco tempo usando a terapia alternativa, já se observava redução nas manifestações de ansiedade. “Eu estava muito nervosa, não estava conseguindo dormir. Agora estou bem melhor”, declarou.

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