A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu recentemente um alerta sobre a possibilidade de existência de um surto de hepatite aguda infantil de causa desconhecida. As primeiras notificações foram encontradas em crianças com menos de 10 anos, sem doenças pré-existentes. No Brasil, só em 2022, dados do Ministério da Saúde apontam 28 casos suspeitos de hepatite viral, com maiores índices nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
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Hepatite: exames e vacinas em dia ajudam na prevenção da doençaCasos misteriosos de hepatite aguda podem estar relacionados ao coronavírus'Dois vírus comuns' estão por trás de surto de hepatite infantilMS amplia acesso ao tratamento da hepatite B na rede públicaMaio Vermelho: hepatites B e C podem causar câncer de fígadoA pediatra afirma que, na infância, o principal risco da hepatite viral é a chance de causar problemas a outros órgãos ou evoluir para uma versão aguda fulminante. “Essas complicações ocorrem em um grupo pequeno de crianças, correspondendo ao espectro mais grave da doença”, ressalta. “Nesses casos, o risco é maior. Por isso, o paciente deve ser transferido para um serviço especializado, podendo ser necessário um transplante de fígado”, detalha a médica.
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Atenção para os sintomas
Apesar do aumento dos casos no país, a hematologista explica que não há necessidade de alarde, contudo, é importante se atentar aos sintomas. “A nova variação de hepatite costuma se apresentar na forma aguda e com o aspecto amarelado da icterícia mais evidente. Além disso, acompanha sintomas gastrointestinais, como diarreia, vômito, febre e dores musculares”, alerta Paula Borelli.
O tratamento busca aliviar os sintomas, tratar e estabilizar o paciente se o caso for grave. As recomendações podem ser aprimoradas assim que a origem da infecção for determinada. “Geralmente, a doença é solucionada após algumas semanas, sendo recomendado repouso, alimentação pobre em gordura e carboidratos e ingestão de muito líquidos”, indica a médica.
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A pediatra enfatiza que algumas precauções relativamente simples podem ajudar a prevenir a transmissão de diferentes formas da doença. “Educar os pequenos a manter a higiene é fundamental para afastar os vírus. Isso porque eles residem nas fezes e se propaga por meio de outros hospedeiros. Além disso, o ideal é manter a caderneta de vacinação em dia. Doses contra hepatite A e B estão disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, recomenda a médica.