Várias pesquisas já demonstraram ligações claras entre saúde bucal e doenças comuns, como câncer, problemas cardiovasculares, diabetes e Alzheimer. No entanto, existem poucos estudos longitudinais identificando quais bactérias usam as regiões bucomaxilofaciais para entrar no organismo e desencadear diversos males sistêmicos. Agora, pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, descobriram quais os patógenos mais comumente encontrados em infecções orais preocupantes. O artigo foi publicado na revista Microbiology Spectrum e deve ajudar a fornecer uma visão mais profunda da associação entre esses micro-organismos e enfermidades graves.





Para isso, os pesquisadores analisaram amostras coletadas entre 2010 e 2020, no Hospital Universitário Karolinska, de pacientes com infecções orais graves. A partir daí, produziram uma lista das bactérias mais comuns entre essas pessoas. "Estamos relatando aqui, pela primeira vez, a composição microbiana de infecções bacterianas de amostras coletadas durante um período de 10 anos", diz Margaret Sällberg Chen, professora do Departamento de Medicina Dentária do Karolinska. "Os resultados mostram que várias infecções bacterianas ligadas a doenças sistêmicas estão constantemente presentes e algumas até aumentaram na última década."

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O estudo mostra que os filos bacterianos mais comuns entre as amostras foram Firmicutes, Bacteroidetes, Proteobacteria e Actinobacteria, enquanto os gêneros mais frequentes foram Streptococcus spp, Prevotella spp e Staphylococcus spp. "Nossos resultados fornecem uma nova visão sobre a diversidade e prevalência de micróbios nocivos em infecções orais", diz Sällberg Chen.

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O professor avalia que a descoberta não é importante apenas para a medicina odontológica. "Também nos ajuda a entender o papel da infecção dentária em pacientes com doenças subjacentes. Se uma determinada bactéria infecta e causa danos na boca, é muito provável que possa ser prejudicial aos tecidos em outras partes do corpo à medida que a infecção se espalha", explica. O grupo de pesquisa já havia demonstrado que a ocorrência de bactérias orais no pâncreas reflete a gravidade dos tumores pancreáticos.

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