(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas REPORTAGEM DE CAPA

A influência dos espíritos, assunto que demanda estudo

A mediunidade é um fenômeno pouco compreendido até mesmo para os adeptos do espiritismo. Allan Kardec e, mais recentemente, Chico Xavier são referências


27/11/2022 08:50 - atualizado 27/11/2022 08:55

Ilustração
(foto: Michaela/Pixabay)
A doutrina espírita surgiu na França na metade do século 19 com a publicação do “Livro dos Espíritos”, organizado  por Allan Kardec, pseudônimo de Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804-1869), notável pedagogo em sua época, autor e tradutor francês.
 
Um dos médiuns mais conhecidos na atualidade, em especial no Brasil, Francisco Cândido Xavier, ou simplesmente Chico Xavier (1910-2002), dizia que o fenômeno mediúnico não deveria ser o centro das atenções no espiritismo.
 
estudioso da doutrina espírita
Décio Iandoli Júnior (foto: Arquivo pessoal)
 
 

"Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos espíritos é, por esse fato, médium"

Décio Iandoli Júnior, estudioso da doutrina espírita

 
 
Ao contrário, Chico ensinava que, na maior parte do tempo, deveríamos nos ocupar da prática do amor – entendido como um mix de sentimentos virtuosos. 
 
Junto à caridade, que é o amor em exercício, sublinhava Chico, também, em paralelo, deveríamos nos ocupar do estudo. Ele recomendava que não deveríamos nos restringir aos livros da doutrina espírita – que Kardec publicou, em cinco obras, e em artigos da chamada revista espírita.

Compreender em sua essência o espiritismo demanda muito tempo de estudo. Para os espíritas, não há  dúvidas: são necessárias muitas encarnações para apreender os ensinamentos contidos nas obras de Chico Xavier e Allan Kardec.
 
Chico Xavier
Chico Xavier (foto: Arquivo EM/1980 )
 
 
Além das cinco obras de Kardec, a psicografia de Chico está contida em mais de  500 livros. E os estudiosos da obra do médium afirmam que esse número tende a crescer, já que ele não tinha o costume de ficar com o original de suas psicografias. Então, vez ou outra aparecem textos recebidos pela psicografia de Chico Xavier que são reunidos e publicados.
 
Feito esse preâmbulo, voltamos à pergunta que intriga, deslumbra e, também, causa ceticismo: o que é mediunidade?

O estudioso da doutrina espírita, o médico especialista em cirurgia endoscópica, Décio Iandoli Júnior, de 58 anos, com doutorado pela Escola Paulista de Medicina e professor da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp), responde a pergunta. “A mediunidade é uma faculdade inerente a todos”, pontua, para em seguida acrescentar que a melhor definição do termo está  em “O Livro dos Médiuns”,  de Allan Kardec.
 
Allan Kardec
Allan Kardec (foto: Record Editora/Divulgação)
 
 
“Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem, não constituindo, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos”, escreve Kardec na obra citada. Mais adiante, Kardec afirma que, entretanto, “só se qualificam na mediunidade ostensiva aqueles cuja faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes”. 
 
O “codificador do espiritismo” explica que “geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta ou daquela ordem, formando-se tantas variedades quantas são as espécies de manifestações. As principais são: a dos médiuns de efeitos físicos; a dos médiuns sensitivos ou impressionáveis; a dos audientes; a dos videntes; a dos sonambúlicos; a dos curadores; a dos pneumatógrafos; a dos escreventes ou psicógrafos”.

DIAL PARA SINTONIZAR


“A mediunidade é uma ferramenta  que pode ser usada para fazer coisas boas ou ruins”, avalia Décio, ao ser indagado como saber da veracidade ou propósito do médium.
 
“O que determina (o bom  resultado) é a natureza do médium”,  acrescenta o médico, ou seja, qual o dial que ele usa para sintonizar-se com os espíritos. E como avaliar nesse caso?
 
“O reino de Deus está dentro de nós”, afirma. “A construção da verdade é individual e, portanto, subjetiva”.
 
Para encerrar, Chico Xavier sempre respondia àqueles que o perguntavam como desenvolver a mediunidade. E ele tinha sempre uma resposta que passava necessariamente por aprender a amar incondicionalmente, sem esperar nada em troca.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)