Não existe cura conhecida para o melasma. A boa notícia, de acordo com o dermatologista Lucas Miranda, é que os tratamentos mais modernos já conseguem praticamente acabar com a aparência das manchas. "Porém, o cuidado diário é essencial para manter os resultados. O tratamento sempre conjuga um conjunto de medidas para clarear, estabilizar e impedir que as manchas voltem", destaca.
Esse processo, segundo o médico, não é algo simples e depende, além da proteção solar, do conhecimento e habilidade do dermatologista em identificar as particularidades do melasma em cada paciente e, a partir daí, criar uma estratégia adequada.
"Daí a importância de se priorizar a escolha de um profissional, dermatologista, e que seja devidamente capacitado, com expertise no tratamento do melasma. Outro ponto de atenção é que, muitas vezes, as pessoas com melasma podem ter a condição agravada com um tratamento ou procedimento inadequado, ocorrendo piora importante das manchas", alerta.
De forma geral, pode-se lançar mão de estratégias como o uso de medicamentos tópicos e procedimentos para o clareamento, que vão de peelings a tecnologias a laser. Essas estratégias podem ser usadas em conjunto, em ciclos, ou individualmente – depende do planejamento criado pelo dermatologista junto ao paciente.
"Entre os medicamentos de uso tópico, os mais comuns são à base de hidroquinona, ácido glicólico, ácido retinoico e ácido azeláico. Não é um método que funciona com todos os pacientes e, mesmo com resultados rápidos, o tempo necessário para estabilizar a condição e impedir que mínimas exposições façam retornar o pigmento pode ser de muitos meses ou anos. Outros ativos também usados são arbutin, ácido kójico, ácido fítico, ácido tranexâmico e ácido dioico", indica Lucas.
Os peelings também ajudam a clarear a pele de forma gradual ou até mais rapidamente que os cremes. Existem diversos tipos. "Há também as tecnologias a laser, que têm evoluído muito e podem oferecer resultados surpreendentes em poucas sessões, agindo nas camadas mais profundas da pele", diz Lucas.
PRODUTOS
A dermatologista Fernanda Queiroz reforça que não se trata apenas de prevenir e tratar o melasma, mas amenizar o processo de envelhecimento da pele e evitar doenças como o câncer de pele, que é o mais prevalente entre os tipos de câncer. Além disso, indica ela, o dermatologista pode prescrever o uso rotineiro de produtos em casa como parte do protocolo de tratamento, mas isso é individual, pois o que funciona para um paciente pode não funcionar para outro.
A dermatologista Fernanda Queiroz reforça que não se trata apenas de prevenir e tratar o melasma, mas amenizar o processo de envelhecimento da pele e evitar doenças como o câncer de pele, que é o mais prevalente entre os tipos de câncer. Além disso, indica ela, o dermatologista pode prescrever o uso rotineiro de produtos em casa como parte do protocolo de tratamento, mas isso é individual, pois o que funciona para um paciente pode não funcionar para outro.
"Sobre que produtos evitar, não é recomendável que o paciente com melasma faça uso de quaisquer produtos para a pele sem consultar o dermatologista. Por se tratar de uma condição complexa e sensível, é muito importante que se busque orientação do médico especialista para a escolha de todos os produtos de uso diário, como sabonete, hidratante, séruns ou ácidos. Escolher esses produtos por conta própria pode resultar no agravamento das manchas", chama a atenção.
NA TESTA
A policial militar Daniela Miquelitto, de 35 anos, percebeu os primeiros sinais do melasma no fim de 2017. Eram manchas acastanhadas que surgiram no rosto, principalmente na testa. Persistentes, como ela descreve, as manchas não sumiam sozinhas, como acontece com as marcas de sol.
A policial militar Daniela Miquelitto, de 35 anos, percebeu os primeiros sinais do melasma no fim de 2017. Eram manchas acastanhadas que surgiram no rosto, principalmente na testa. Persistentes, como ela descreve, as manchas não sumiam sozinhas, como acontece com as marcas de sol.
No princípio de 2018, ela procurou Lucas Miranda com a queixa e, depois de alguns exames, veio o diagnóstico. Para ela, que tem tendência à pigmentação da pele, o principal incômodo com a doença era precisar sempre usar produtos para camuflar as manchas. "Elas estavam ali, e sabia que não iam embora com nenhum procedimento. O melasma não tem cura", diz.
Mas pode melhorar. O tratamento começou com um tipo de laser e, com o tempo, o dermatologista indicou outros dois tipos de laser. Do início da doença até hoje, Daniela teve dois filhos, e conta que, diferentemente da maioria das intervenções estéticas, pôde continuar com a aplicação dos lasers mesmo durante as gestações.
Atualmente, segue com o acompanhamento médico e as aplicações do laser, e não se descuida dos cuidados diários de proteção solar. "O laser que uso agora, além de ajudar com o melasma, favorece o aspecto geral da pele e também age contra o envelhecimento. Senti que as manchas deixaram de aumentar, melhoraram muito e agora convivo bem com elas. Estão mais claras e discretas, quase imperceptíveis", comemora.
PALAVRA DE ESPECIALISTA
Fernanda Queiroz, dermatologista
Não é tão simples assim
“O principal cuidado em relação ao melasma é ter uma rotina adequada de proteção solar, e isso não é fácil. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, não é simplesmente passar o protetor solar antes de sair de casa. O protetor deve ser aplicado de manhã, mas também ao longo do dia, a cada três horas, em quantidade adequada, de fator de proteção mínima 30, sendo um protetor que tenha proteção UVA e UVB. Para casos de melasma, pode ser recomendado protetor de fator de proteção superior, o que deve ser avaliado junto ao dermatologista individualmente. Recomenda-se uma colher de chá para a região do rosto. Para facilitar, uma dica é passar uma camada abundante, esperar secar e passar, novamente, outra camada também generosa. Para o rosto, deve-se optar pelo protetor solar com cor, que funciona também como protetor de barreira para a luz de equipamentos eletrônicos e afins. Para o corpo, o recomendado são três colheres de sopa, distribuídas uniformemente para as regiões que ficam descobertas de roupa. Além disso, no caso de quem tem tendência ao melasma, é muito importante evitar a exposição direta ao sol e usar os protetores de barreira no dia a dia. Existem malhas com proteção solar, além de chapéus, óculos escuros e sombrinhas. Lembrando que estar dentro de casa ou num escritório não exclui a necessidade do uso correto do protetor solar. Estar a uma distância de três metros ou menos de uma janela, em termos de efeitos da radiação solar na pele, é praticamente a mesma coisa de estar ao ar livre. O mesmo vale para dias nublados ou chuvosos. Os efeitos da radiação solar permanecem ali, apesar de não parecer. Então, a rotina de proteção solar deve ser seguida rigorosamente.”