Jornal Estado de Minas

SAÚDE

Síndrome da pessoa rígida: neurologista explica doença de Celine Dion

Em vídeo esta semana, a cantora Celine Dion, de 54 anos, revelou ter que cancelar vários shows por sofrer de uma doença rara, a síndrome da pessoa rígida, ou em inglês, ‘stiff-person syndrome’.





A síndrome afeta duas pessoas em cada 1 milhão no mundo todo, e dos 16 mil portadores da doença, 70% são mulheres.

Segundo Guilherme Torezani, neurologista e coordenador de Doenças Cerebrovasculares do Hospital Icaraí, em Niterói, existem alguns subtipos, que envolvem um mecanismo de autoimunidade que afeta um neurotransmissor específico, porém - menos comumente - essa doença pode ser secundária de algum tipo de câncer que o paciente possa ter (como câncer de mama, de pulmão ou tipos de linfoma).

A doença acomete pessoas entre 20 e 50 anos, e os principais sintomas envolvem rigidez muscular, principalmente no tronco e no abdômen, mas que posteriormente acaba afetando os músculos do corpo todo.

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“O que faz com que seja difícil fazer os movimentos e até mesmo a respiração. Os membros ficam muitas vezes enrijecidos. Há ainda espasmos musculares induzidos por sustos ou estímulos sonoros. Ou seja, situações que provocam sobressalto no indivíduo”, explica o neurologista. 

Tratamento complexo 

“No caso da Celine Dion, que é cantora, a doença em especial pode ter sido diagnosticada por afetar toda a dinâmica muscular do canto”, explica o médico, lembrando que o tratamento é bem complexo e feito para aliviar os sintomas, pois ainda há poucas opções terapêuticas que proporcionam a melhora dos pacientes com a síndrome.

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Podem ser tentados medicamentos como os benzodiazepínicos, que atuam no sistema nervoso central, que é prescrito pelo médico para relaxar os músculos. “Podem ser feitas também algumas terapias com anticorpos, que são os imunobiológicos e a imunoglobulina humana, que a gente utiliza para alguns quadros refratários”, finaliza Guilherme Torezani.