A tradicional queima de fogos para marcar a virada do ano pode se tornar um pesadelo se os devidos cuidados não forem tomados durante o seu manuseio. Segundo o DATASUS, em dezembro de 2021 foram registradas no país 39 internações hospitalares em decorrência de acidentes com fogos de artifício, e ocorreram 6.974 hospitalizações e 99 mortes entre janeiro de 2008 e outubro de 2022.
Queimaduras, cortes e dilacerações, amputação de membros superiores, surdez, lesões de córnea e até cegueira são os principais danos causados pelo uso inapropriado do artefato. Aquiles Gontijo, oftalmologista do Instituto de Olhos Minas Gerais, especialista em retina cirúrgica, destaca que a explosão próxima dos rojões, com ou sem estilhaços, pode acometer ou queimar os olhos.
"Dependendo da gravidade, pode ser necessário um transplante de córnea. Em casos brandos, a pólvora detonada durante a explosão e o calor podem provocar vermelhidão, irritação e ardor nos olhos", alerta.
Para garantir o espetáculo pirotécnico nos festejos, com segurança, a recomendação de especialistas é não apontar o artefato em direção a outra pessoa, não segurar os fogos com as mãos, dispará-los somente ao ar livre e longe de crianças e adolescentes. Em caso de acidente com os olhos, o oftalmologista acrescenta: "Esfrie a ferida com água corrente na temperatura ambiente até chegar à urgência oftalmológica, e não toque os olhos. Os tratamentos podem incluir aplicação de pomadas/colírios até cirurgia, dependendo da gravidade de cada caso."