Que a atividade física traz inúmeros benefícios à saúde física e mental do ser humano não é novidade nenhuma, mas, recentemente, pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas ICB, da USP, receberam diversos prêmios ao encontrar, em um simples e antigo hábito, uma solução que melhora a hipertensão arterial.
Em estudos realizados com ratos, eles notaram que exercícios aeróbicos são capazes de corrigir a disfunção da barreira hematoencefálica, tanto na hipertensão crônica como na insuficiência cardíaca, restaurando o fluxo sanguíneo do cérebro mesmo na persistência da doença.
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"Devido à natureza de sua constituição, a BHE tem uma permeabilidade seletiva, favorecendo substâncias lipossolúveis e restringindo substâncias solúveis em água. Existe também um controle que leva em consideração o tamanho das moléculas, dessa forma, em pessoas saudáveis, o transporte de moléculas de maiores dimensões é limitado. Já nas pessoas portadoras de hipertensão arterial ou problemas cardíacos, há uma desregulação, um aumento de número de vesículas que facilitam a passagem dessas substâncias que estão envolvidas no controle do sistema cardiovascular."
Na pesquisa, segundo conta Felipe, o treinamento aeróbico contribuiu para reduzir os níveis de pressão arterial em 10% a 15%, mas o mais surpreendente foi que esse treinamento reduziu em muito a formação dessas vesículas, restringindo a passagem de macromoléculas e seu efeito na desregulação do sistema cardiovascular.
Vale ressaltar mais uma vez a importância da atividade física. "No caso das pessoas hipertensas ou cardíacas, o ideal é realizar treinamento aeróbico, ou seja, exercícios que ajudam a aumentar a frequência cardíaca, como a caminhada por exemplo, respeitando um mínimo de 150 minutos por semana em intensidade moderada (aquela sensação de sentir um pouco ofegante)."