No Brasil, ocorre um melanoma no país a cada 20 cânceres de pele do tipo não melanoma, mas a alta taxa de mortalidade é uma questão de saúde pública. Quando diagnosticado no início, o melanoma é curado em mais de 90% dos casos, mas taxa de sucesso cai para abaixo de 50% em tumores com mais de 4 milímetros, alerta a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).
A fase em que o câncer é descoberto costuma ser decisiva para o sucesso do tratamento e para que sejam maiores as taxas de sobrevida em cinco anos, período considerado padrão para definir que o paciente possa ser considerado curado (após esse prazo de cinco é pequeno o risco de a doença voltar. No caso do melanoma, essa associação entre fase de descoberta e cura é ainda mais decisiva, ressalta a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).
Comparativamente, enquanto a doença em fase inicial tem taxas de cura acima de 90%, o melanoma com espessura superior a 4 milímetros registra menos de 50% de sobrevida em cinco anos. Além da espessura da lesão, outros aspectos considerados no diagnóstico são a presença de ulceração (perda ou ausência de uma epiderme intacta cobrindo uma porção principal do melanoma primário), comprometimento dos linfonodos e se a doença disseminou para outras partes do corpo (metástase).
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Bronzeamento no verão aumenta risco de câncer de pele.
De acordo com as estimativas para o triênio 2023-2025 do Instituto Nacional de Câncer (INCA) são esperados 220.490 novos casos anuais de câncer de pele do tipo não melanoma e, paralelamente, 13.620 novos casos anuais de melanoma. Considerando a incidência, poderia se entender que o melanoma não seria motivo para preocupação. No entanto, ao se olhar a mortalidade, foram 1.923 óbitos em 2020 no Brasil pela doença, enquanto a mortalidade pelos tumores não melanoma não superou 2.500 casos. Portanto, embora o melanoma representa apenas 5 entre 100 casos de cânceres cutâneos, esta doença é responsável é responsável por 4 entre 10 mortes por tumores de pele.
Como é o tratamento do câncer de pele?
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) aponta que quando há regularidade nas consultas de rotina, o mais provável é que a doença seja detectada em sua fase inicial, o que é um bom prognóstico. Se for um não melanoma, a remoção do tumor costuma ser simples. No caso dos melanomas, o procedimento varia de acordo com a extensão da doença. Em geral, podem ser combinados outros tratamentos que incluem quimioterapia, radioterapia e imunoterapia.
Flávio Cavarsan, cirurgião oncológico, membro da Comissão de Oncologia Cutânea da SBCO, afirma que, para os tumores de alto risco não melanoma o tratamento preconizado é a cirurgia com controle histológico, microscópico de margens, para retirar o tumor com segurança e com mínimo dano tecidual, com chance de cura acima de 95%. Já para os tumores tanto de baixo ou alto risco de recidiva, que não são candidatos à cirurgia, a radioterapia é uma abordagem eficiente.
Nos casos de melanoma, afirma Flávio Cavarsan, o tratamento é eminentemente cirúrgico. “Não se aceita tratamentos como laser, com ácidos, cauterizações ou curetagens. Para os melanomas, o tratamento padronizado é o cirúrgico, tanto da lesão primária como para casos selecionados a partir da pesquisa de linfonodo sentinela”.
Caminhos para descobrir o câncer de pele mais precocemente:
A regra do ABCDE é um método simples para ajudar a memorizar as características de uma pinta, sinal ou mancha suspeita de câncer de pele, especialmente o melanoma:
- (A ) Assimetria: uma metade do sinal é diferente da outra.
- (B) Bordas irregulares: contorno mal definido.
- (C) Cor variável: presença de várias cores em uma mesma lesão (preta, castanha, branca, avermelhada ou azul).
- (D) Diâmetro: maior que 6 milímetros;
- (E) Evolução: mudanças de tamanho, forma ou cor.
Mesmo apresentando todas essas alterações, a lesão pode não ser um câncer de pele.
Idade e danos cumulativos ao longo da vida
O maior fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pele é o envelhecimento, embora essa doença possa acometer desde a infância e tem o seu pico de incidência a partir dos 45 anos.
Os raios UVA, que estão cientificamente associados com desenvolvimento de câncer de pele do tipo espinocelular e de melanoma, estão presentes do nascer até o pôr do sol.
Além dele, há os raios UVB, que são mais intensos das 10 às 16 horas e que são responsáveis por tumores de pele, principalmente, do tipo basocelular, além de causar queimaduras e vermelhidão.
Para a população que não está inserida em um grupo de risco, recomenda-se o uso de filtro solar fator 30, com reaplicações ao longo dia.
Cuidados com a pele
- Evitar exposição solar em qualquer horário, principalmente na faixa entre 10 e 16 horas (horário de verão).
- Fazer uso de chapéus, camisetas e filtros solares.
- É importante que as barracas usadas na praia sejam feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material.
- Para o uso de filtros solares, é sugerida a reaplicação a cada duas horas. O ideal é que o Fator de Proteção Solar (FPS) seja, no mínimo, 15. O ideal é fator 30, por requer menor reposição.
- Em hipótese alguma o bronzeamento artificial pode ser considerável saudável para a pele.
- Durante a pandemia, respeitar as diretrizes de distanciamento social determinadas por sua cidade.
Respostas para suas dúvidas: SBCO orienta
Alusivo ao Dezembro Laranja, a SBCO fez uma a Live “Hora de tirar suas dúvidas sobre o câncer de pele”. E a Live está disponível na íntegra em https://youtu.be/VE9ki6lvmv0.
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