A obesidade está relacionada a uma série de complicações, como limitação física, hipertensão, doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2. Um estudo publicado na revista Science desta semana mostra que, ainda que perdendo peso e voltando ao metabolismo classificado como normal, uma pessoa que tem histórico de obesidade pode sofrer alterações na imunidade que a mantêm mais vulnerável a doenças inflamatórias.
"As doenças têm fatores genéticos, mas também os epigenéticos: dois irmãos gêmeos, com os mesmos genes, podem desenvolver doenças diferentes conforme seus hábitos de vida. Os fatores epigenéticos contribuem de maneira importante", explica o oftalmologista da Universidade de São Paulo (USP) Emerson F S Castro.
Cegueira
A hipótese dos cientistas é de que essas células inflamatórias podem viajar para outras partes do corpo, incluindo os olhos. Lá, iniciam um programa inflamatório que promove a degeneração macular relacionada à idade. A complicação, principal causa de cegueira irreversível em idosos, é associada ao excesso de peso, mas as causas desse fenômeno ainda não são completamente conhecidas.
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Os autores do estudo admitem que, no caso da degeneração macular, os mecanismos pelos quais a obesidade predispõe à condição ainda precisam ser melhor investigados. Castro concorda, ressaltando que os resultados do estudo são preliminares. "Não podemos levar isso para a prática. A medicina funciona assim: alguém observa alguma coisa, e a gente vai testar. É uma fase inicial, mas bastante promissora", pondera.
Jejum intermitente
Não é a primeira vez que é realizado um estudo que associa dieta à degeneração macular relacionada à idade. Uma pesquisa publicada no American Journal of Ophthalmology mostrou que a prática do jejum intermitente, ao pular o café da manhã, foi vinculado a um risco reduzido da doença em uma população representativa de idosos, especialmente em indivíduos com idade menor de 70 anos, com obesidade e de residência urbana. Para chegar a esses resultados, os participantes foram divididos em 2 grupos com base na frequência do café da manhã por semana; grupos de jejum intermitente (quase 0 vez/semana) e sem jejum (5-7 vezes/semana).
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