Um artigo da Associação Norte-Americana de Urologia alerta para os riscos de pacientes com disfunção erétil se submeterem a terapia por ondas de choque não aprovadas pelos órgãos regulatórios e oferecidos por profissionais que não são da área médica. Esse tipo de tratamento tem se mostrado uma opção viável para casos moderados da condição e, por isso, nos Estados Unidos, proliferam anúncios com técnicas que não passaram pelo crivo da Food and Drug Organization (FDA).
"Os pacientes que buscam tratamento para disfunção erétil devem ser avaliados por urologistas, que estão equipados para realizar uma avaliação formal da saúde masculina e fornecer uma discussão embasada sobre as opções", diz James Weinberger, um dos autores do artigo e professor da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia, em Los Angeles.
A equipe analisou informações de 140 clínicas que anunciavam a técnica em oito grandes cidades norte-americanas. Sem se identificar, eles fizeram ligações para coletar informações sobre as credenciais e o treinamento das pessoas que executam a terapia, assim como preços, duração e protocolos. Apenas 25% das clínicas eram de urologistas.
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Outros especialistas que realizam o tratamento incluem dermatologistas, quiropráticos e obstetras/ginecologistas. Não médicos, como enfermeiros, realizaram a técnica em 13% dos estabelecimentos. Além disso, observou-se falta de abordagem padronizada: cada lugar oferecia um tipo de dispositivo, com configuração de frequência variando.
Segundo o artigo, além da necessidade de um especialista avaliar a indicação da técnica, é preciso que novos estudos sejam feitos. "Embora alguns dados iniciais apoiem essa linha de pesquisa, há uma falta de evidências de alta qualidade que indiquem o uso generalizado da terapia de ondas (ou outros tratamentos como proteínas ricas em plasma ou injeções de células-tronco) para a disfunção erétil", defendem.
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