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A dieta da mãe influencia na composição do leite materno, que vai impactar na saúde do bebê. A dieta mediterrânea (detalhe) é recomendada por ter capacidade anti-inflamatória e antioxidante

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O leite materno é um alimento nutricionalmente equilibrado, tanto do ponto de vista qualitativo como quantitativo, e o ato de amamentar auxilia no desenvolvimento saudável do cérebro e protege contra infecções tanto o bebê quanto a mãe. Inclusive, novos dados da literatura científica indicam que o aleitamento materno é um mecanismo de prevenção contra a obesidade infantil e adulta. 
 
“Crianças alimentadas com fórmulas podem ter concentrações sanguíneas mais altas de insulina em comparação com aquelas que foram amamentadas. Essa concentração maior de insulina está relacionada com o aumento da deposição de gordura e o desenvolvimento precoce de adipócitos, ou seja, de células de gordura. O leite materno, por sua vez, tem componentes que interferem no crescimento desses adipócitos”, explica a nutricionista e consultora Adriana Zanardo, da Jasmine Alimentos. 
 
A dieta do mediterrâneo ou dieta mediterrânea é um plano alimentar baseado nos hábitos dos países banhados pelo Mar Mediterrâneo (principalmente o sul da Itália, Grécia e sul da Espanha). No cardápio, priorizam-se frutas, verduras (folhosos), legumes (principalmente aqueles com bastante água, como tomate, abobrinha, brócolis, chuchu e couve- flor), gorduras insaturadas (presentes em castanhas, sementes, abacate, coco e azeite de oliva), carboidratos complexos (de grãos integrais, como quinoa e amaranto; e de leguminosas, como feijões, lentilha, ervilha e grão-de-bico) e proteínas com baixas quantidades de gorduras saturadas e com maiores teores de gorduras insaturadas (como peixes – salmão e atum).
 
A dieta materna influencia diretamente na composição do leite materno, o qual impacta na saúde do bebê. “A proteína, por exemplo, é essencial para o crescimento físico e o desenvolvimento cerebral de neonatos, principalmente para prematuros, que precisam de mais proteína para seu crescimento e desenvolvimento”, explica Adriana. Os nutrientes presentes na dieta mediterrânea têm capacidade anti-inflamatória e antioxidante, além de gorduras “do bem” como ácidos graxos e ômega-3. “A gordura é uma importante fonte de energia no leite humano, tendo associação positiva entre a ingestão de ácidos graxos na dieta e a sua concentração no leite materno. 
 
A ingestão adequada está relacionada com o desenvolvimento do sistema nervoso central, saúde ocular e crescimento da criança. Dessa forma, a dieta mediterrânea pode auxiliar no aporte nutricional necessário para o crescimento e desenvolvimento infantil, já que reúne todos os nutrientes essenciais para o período. Ainda, vale lembrar a importância do acompanhamento nutricional individualizado para que todas as necessidades sejam atendidas, conforme cada caso”, complementa a nutricionista. 
 
Para se obterem todos os nutrientes necessários, é importante equilibrar as quantidades de cada grupo alimentar. “De forma geral, podemos seguir o raciocínio da Pirâmide dos Alimentos com a recomendação de consumo diário de hortaliças, como verduras folhosas e legumes ricos em água; de duas a três porções de frutas variadas; raízes como batata, mandioca, mandioquinha; e grãos, como aveia, quinoa, amaranto. Sugiro sempre priorizar as fontes de carboidratos integrais”, detalha. 
Em relação à proteína, o ideal é priorizar as proteínas animais com baixos teores de gorduras saturadas, como peixes, e complemente com proteínas vegetais, como as leguminosas (feijões, lentilha, ervilha e grão-de-bico). Com a ingestão adequada dos alimentos citados, a lactante irá suprir as maiores demandas de nutrientes desse período, que são as vitaminas A, B6, B12, C, D e E; cálcio e ferro.

MITOS E VERDADES  Levando em consideração a importância da alimentação, que pode alterar a composição do leite materno, é recomendado ter alguns cuidados com a dieta. Entre as principais orientações, indica-se excluir o consumo de chás durante a lactação devido à falta de dados seguros sobre a relação dos compostos bioativos presentes nas ervas e a capacidade do bebê em conseguir metabolizá-los.
 
Profissionais da área de saúde também orientam evitar o consumo de açúcar refinado, produtos processados/ultraprocessados ricos em aditivos, frituras (principalmente em imersão, como empanados e pastel) e alimentos com alto índice de cafeína, como café e chocolate. “É preciso cuidado especialmente com o cafezinho. A bebida causa cólicas, já que a cafeína estimula a liberação de ácido clorídrico no estômago – conhecido como suco gástrico. No bebê, isso pode levar a desconfortos, como dor e refluxo”, explica Adriana. 
 
Em relação aos alimentos crus, o cuidado durante a lactação diz respeito ao risco de contaminação, visto que a mãe faz parte do grupo de risco e o acometimento de uma intoxicação alimentar pode prejudicar sua saúde, assim como a do bebê. Outra importante contraindicação é a ingestão de bebidas alcoólicas. “Cerveja preta não estimula a produção de leite. O álcool pode causar efeitos nocivos ao sistema nervoso central do bebê, acarretando sonolência e dificuldade em se alimentar, reagir aos estímulos, além de outros problemas mais graves, como comprometimento do desenvolvimento neurológico e psicomotor”, alerta. 
 
Frutas e hortaliças

Frutas e hortaliças

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DIETA MEDITERRÂNEA

O que não pode faltar

» Frutas e hortaliças
Esses produtos têm grande quantidade de vitaminas, minerais, fibras e antioxidantes, que ajudam na prevenção do câncer

» Cereais
Fontes de carboidratos, são um excelente fornecedor de energia para o organismo, além de fonte de fibras, nutrientes, minerais (zinco, fósforo, magnésio) e vitaminas

» Leguminosas
Ricas em fibras e proteínas vegetais, vagens, ervilhas e feijões ajudam a combater a constipação, evitando o câncer de intestino, e diminuem o nível do colesterol 
ruim (LDL), prevenindo o aparecimento das doenças cardiovasculares

» Oleaginosas
Fonte de gorduras boas, ajudam a reduzir o colesterol. Têm vitamina E e selênio, que apresentam importante ação antioxidante

» Peixes
Ricos em ômega 3, proporcionam diversos benefícios à saúde, como 
diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares e acidente vascular 
cerebral, ação anti-inflamatória, redução da pressão arterial e diminuição
das taxas de triglicérides e colesterol total no sangue

» Leite e derivados
São fontes de cálcio, o que contribui para a prevenção da osteoporose

» Azeite de oliva
É rico em ácido graxo monoinsaturado, o que auxilia no aumento do colesterol bom (HDL), favorecendo o coração