Anteriormente associados à problemas oculares, a cloroquina e a hidroxicloroquina — medicamentos utilizados para tratar doenças como a malária e lúpus eritematoso — foram relacionadas a um aumento do risco de ter problemas que podem ameaçar a visão em um novo estudo. Durante a pandemia de COVID-19, esse remédio foi usado para supostamente tratar a doença, a ciência, no entanto, mostrou que ele não tem eficácia contra o novo coronavírus. 





Agora, a pesquisa, conduzida por pesquisadores da Kaiser Permanente, organização de saúde do Estados Unidos, e especialistas das Universidades de Harvard e Stanford, mostra que doses mais altas dos remédios, e a longo prazo, podem causar o desenvolvimento de retinopatia em até 21,6% das pessoas.

A retinopatia é
 uma doença causada por danos aos vasos sanguíneos no tecido da parte de trás dos olhos, conhecida como retina. Em alguns casos, a doença pode provocar danos permanentes à visão.

O estudo — publicado na revista científica Annals of Internal Medicine no dia 17 de janeiro — aponta que o uso do medicamento em doses elevadas pode se tornar um problema, justamente pelo desenvolvimento da retinopatia, uma vez que a retina é a responsável pelas formações de imagens e a capacidade do ser humano enxergar.





Os resultados foram obtidos com a coleta de dados de 3.325 pessoas que precisaram usar hidroxicloroquina por no mínimo cinco anos ou mais, entre os anos 2004 e 2020.

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81 dessas pessoas que participaram das análises desenvolveram retinopatia, uma incidência geral de 2,5%, para aqueles que usaram o medicamento em até 10 anos e 8,6% para os que usaram em até 15.

"As incidências cumulativas de retinopatia em 15 anos foram de 21,6% para doses superiores a 6 mg/kg por dia, 11,4% para 5 a 6 mg/kg por dia e 2,7% para 5 mg/kg por dia ou menos", explica a pesquisa.

Portanto, os especialistas indicam que doses mais altas de hidroxicloroquina estão associadas a um risco progressivamente maior de retinopatia incidente. Entre os participantes, a maioria dos casos foi leve.

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