SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Ozempic, remédio indicado para tratamento do diabetes tipo dois, corre risco de entrar em falta no Brasil neste primeiro trimestre, segundo a Novo Nordisk, fabricante do medicamento. Embora não tenha indicação na bula, o fármaco também é utilizado contra obesidade.





A possível falta do remédio resulta de uma demanda maior do que a esperada pela Novo Nordisk. Segundo a farmacêutica, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) já foi notificada a respeito das limitações no fornecimento. A previsão é de que, somente no segundo trimestre, o reabastecimento volte a ser normalizado.


O Ozempic, que é uma caneta injetável, é o nome comercial para a semaglutida 1,0 mg. A substância é indicada oficialmente para o tratamento da diabetes tipo 2. No entanto, benefícios foram vistos para a perda de peso em razão das ações que o princípio ativo tem algumas ações no organismo humano. Uma delas consiste em aumentar a sensação de saciedade e reduzir o apetite. Como resultado, o paciente emagrece.

 

 

 

A reportagem questionou a Novo Nordisk se os problemas de fornecimento do medicamento tem relação com o uso dele para emagrecimento. A farmacêutica respondeu que "não é possível rastrear a finalidade de uso do produto pelo paciente". A empresa ainda ressaltou que não incentiva o uso "off-label", que é quando um remédio é utilizado para tratamento de algo que não consta na bula.





 

Caso um paciente com diabetes tipo 2 encontre dificuldades em encontrar o medicamento, é possível adotar outras alternativas da mesma classe de medicamentos - eles são chamados de análogos de GLP-1. Nesse caso, é importante conversar com o médico a fim de ter as orientações adequadas.

 

Obesidade

O Brasil já conta com remédios com indicações oficiais para obesidade. O Wegovy é um deles. O medicamento leva a semaglutida em sua composição -nesse caso, na dosagem de 2,4 mg- e tem recomendação na bula para o tratamento da obesidade. Ele também é fabricado pela Novo Nordisk e recebeu autorização para ser comercializado no Brasil em janeiro de 2023.

 

 

Por enquanto, o remédio ainda não tem preço definido nem data certa para chegar ao país, mas a expectativa da farmacêutica é que a disponibilidade do Wegovy no mercado brasileiro deva ocorrer no segundo semestre de 2023.





 

Outras opções são o orlistate e a sibutramina. O primeiro deles inibe uma enzima que temos no intestino com a função de absorver gordura. Quando a pessoa come um alimento gorduroso e está tomando o orlistate, o remédio barra a enzima e a gordura é descartada nas fezes. O problema é que esse mecanismo pode causar diarreias em razão da gordura sair durante a defecação.

 

A sibutramina age no cérebro diminuindo a vontade de comer alimentos que dão prazer ao paciente. O dilema é que ela tem associação com efeitos colaterais, não sendo recomendada para pessoas com doenças cardíacas. Já que uma quantidade considerável de pessoas obesas tem complicações cardiovasculares, uma parcela delas não pode utilizar o remédio

 

Além disso, atividades físicas e uma dieta equilibrada são essenciais para o controle da obesidade. Especialistas indicam que os fármacos são aliados na perda de peso, enquanto as alterações nos hábitos de vida são essenciais.

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