Há quem goste e há quem queira distância dos gatos. Beatriz Breves explica que o felino é um animal bastante limpo e independente, ou seja, não necessita de banho e que o leve para passear, sem falar que é um animal silencioso, calmo e tranquilo. “Justamente por essas características, diria, é um pet que auxilia, e muito, a saúde sentimental e mental daquele que com ele convive. Acariciar o pelo de um gato, ouvir a vibração do seu ronronar, receber massagem dele na sua barriga, sentir o aconchego de sua aproximação, são algumas condutas que ajudam o tutor a relaxar e a diminuir a tensão do dia a dia.”
Na hora de escolher quem será sua companhia, é comum a dúvida entre gato e cachorro. Teria um perfil para dono de gato e dono de cachorro? A psicóloga lembra que “dizer que o cachorro é mais carinhoso que um gato é não conhecer o gato. A questão é que o gato raramente demonstra o seu carinho para quem não conhece, ou seja, dificilmente, uma visita receberá a manifestação de carinho de um gato, já o mesmo não ocorre com o cachorro. A diferença básica é que, geralmente, enquanto o cachorro se submete e tenta conquistar você, o gato não se submete e precisa ser conquistado. Além disso, na relação com o cachorro, você se sente o dono, mas na relação com o gato, ele se sente o seu dono”.
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Mesmo assim, explica Beatriz, um gato pode ser tão carinhoso ou mais do que um cachorro, a depender das personalidades envolvidas — a do pet e seu tutor, “até porque uma relação de carinho é diretamente proporcional às necessidades das partes”. Portanto, alerta a especialista, se a pessoa deseja um animal submisso e obediente, que rapidamente se aproxime, manifestando carinho, que sirva de companhia para passeios, o ideal seria ter um cachorro. “Entretanto, é importante saber que terá um animal muito mais dependente no sentido de cuidados práticos, mas não de afeto, porque um gato, quando conquistado, troca, e muito, carinho com o seu tutor.”
EXCESSOS Muitos se incomodam e questionam a relação que muitos donos têm com seus pets. Cuidados maiores até que com outro ser humano. O que se torna uma questão. Chamam de filhos, se dizem mães. Para a psicóloga, “ser mãe não é colocar uma pessoa no mundo, é muito mais do que isso. De fato, a maternidade é uma função que, exercida pela via dos cuidados afetivos, pode ser experienciada em várias relações, inclusive, com um animal de estimação”.
Quanto ao exagero, ela explica que todo e qualquer excesso deve ser questionado no sentido de estar sendo usado para encobrir frustrações, angústias, ansiedades, entre outros sentimentos sofridos de se experienciar. Entretanto, até para afirmar a existência de tais sentimentos na pessoa vista como exagerada com o seu pet é preciso cautela, porque o que pode ser exagero para um, pode não ser para o outro. “Entendo que a medida salutar é aquela em que a pessoa esteja se sentindo bem, em harmonia interna, em paz consigo mesma e com o outro, inclusive, com o seu pet, não fazendo mal para si ou para terceiros.”
Beatriz Breves destaca que seus estudos com a ciência do sentir não se baseiam na visão de um ser humano compreendido no campo do paradigma materialista mecanicista newtoniano. “O ser humano não é compreendido no modelo de uma máquina perfeita, mas no modelo do sensível, no qual experienciamos a vibração que somos e com as quais interagimos. Por essa visão, ter um animal de estimação possibilita, por meio da conexão com ele, acessar com maior nitidez o sentir, portanto, a si mesmo.”
Ludmila Marengo é tutora de Luna, uma Schnauzer com pelos acinzentados. Quando voltou a trabalhar presencialmente, ela se lembra que Luna sentiu muito sua falta. "A Luninha ficou uma semana sem querer comer depois que eu voltei", conta Ludmila, que foi contratada por uma empresa multinacional no meio da pandemia.
“Eu não sabia o que fazer, pois precisava viajar a trabalho e a Luninha não me deixava ir à padaria sem ela. Se eu pegava uma calça no armário, ela começava a chorar, sabendo que eu iria sair”, diz.
Foi aí que entrou a psicóloga Adriana Duarte, sócia do Centro de Cuidados Caninos Zeluz, resort pet, localizado no Bairro Sion, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Aos quatro meses, Luna foi encaminhada à Zeluz, que ajudou a fazer a readaptação da cachorrinha. “No início, ela não queria ficar até o final e eu precisava sair do serviço para buscá-la mais cedo. Levou um tempo, mas hoje a Luna já começa a ficar feliz quando vê a mochilinha da creche”, diz a tutora, que chegou a promover a festa de aniversário de um ano da cachorrinha no espaço.
Motivos para ter um pet
1 - Companhia para crianças, adultos e velhos e para todas as horas
2 - Contribuiu com sua saúde mental e também física de seus tutores
3 - Faz bem ao coração ao, por exemplo, reagir melhor ao estresse e aumentar
a carga de atividade física, já que o coloca em movimento
4 - Ajuda a superar o luto
5 - Diminui a depressão
6 - Ter um lar mais alegre
7 - Troca de carinho e atenção
8 - O dono de um pet se torna mais sociável
9 - O tutor se sente mais importante, confiante, com senso de
responsabilidade e também com mais autoestima
10 - Momentos de felicidade
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