Pesquisa do Instituto DataFolha mostra que 61% dos brasileiros com 16 anos ou mais têm ao menos um pet em casa, sendo que 23% são gatos. Já nos lares que abrigam os felinos, 46% têm mais de um compondo a família, como é o caso da psicóloga Beatriz Breves, especialista na ciência do sentir, que tem 12 amigos ronronantes.





Ela cresceu rodeada por bichanos e afirma que os tutores de gatos reconhecem a alegria imediata que eles proporcionam na rotina, com brincadeiras, peripécias, carinho e muito amor. Mas as vantagens de ter um peludo não param por aí: é cientificamente comprovado que eles trazem inúmeros benefícios para o bem-estar das pessoas, tanto físicos quanto emocionais. E um dos maiores impactos está relacionado diretamente aos sentimentos e à saúde mental.

 

A psicóloga Beatriz Breves tem 12 gatos e diz que cresceu rodeada pelos felinos

(foto: Laisa de Souza/Divulgação)
 


Para Beatriz Breves, que já catalogou mais de 600 sentimentos durante 35 anos de estudo, ter um pet alivia sintomas de ansiedade, depressão e estresse, além de proporcionar mais momentos de amor, companheirismo, felicidade, conforto e gratidão.  No último dia 20 foi comemorado o Dia Mundial dos Gatos e a psicóloga indica não só os felinos, mas um pet para chamar de seu.

 

 


“Se considerarmos que a grande maioria das pessoas, desde criança, é orientada a reprimir os sentimentos — chorar é para os fracos, não fique triste, não sinta raiva, odiar é feio etc., a relação com o animal liberta. Por meio dela ocorre a chance de um contato direto com os sentimentos e, simultaneamente, o aprendizado de que não reprimir o que se sente é fundamental para que se aprenda a administrar o mundo interno.”





 

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A psicóloga destaca que é importante compreender que o animal se apresenta como uma expressão cristalina dos sentimentos. “Diferentemente do ser humano, o chamado animal não racional não se vale do intelecto para mascarar o que sente. E é essa relação cristalina com os sentimentos que pode beneficiar a pessoa. Poder reconhecer, sem reprimir, o que sente seria o primeiro passo para aprender a administrar os mais de 600 sentimentos e, assim, fazer um bom uso deles para sua vida.”

RELAÇÕES Mas será que todo mundo deve e pode ter um bichinho de estimação, sabe acolher o animal e se beneficiar dele? A psicóloga lembra que “o tudo e o nada, o sempre e o nunca são extremos que não falam da realidade psíquica humana, se entendermos que é uma realidade que se estrutura com o colorido determinado pela qualidade das relações. Então, diria que não, nem toda pessoa sabe ter um bichinho de estimação, pelo simples fato de que nem toda pessoa gosta de animal. E isso há que ser respeitado. Se ela não gosta, tem medo ou sente nervoso, como já ouvi muita gente dizer que sente, não há como ter um bichinho de estimação e se beneficiar dessa relação”.


E para quem tem um pet, Beatriz Breves alerta que a primeira coisa que a pessoa deve ter em mente é que está levando um ser vivo para casa, ou seja, um ser que sente. “Um ser que tem, não somente, as características de sua espécie, mas também a própria personalidade. Sem falar que, como um ser vivo, necessita, além dos cuidados de alimentação, médico-veterinário, vacinas etc., de amor e carinho. Acrescentaria ter noção de que esse animal ficará idoso, com todas as demandas da idade. E, ainda, de que um tutor também é um ser mortal, portanto, tentar, de alguma maneira, deixar amparado o animal no caso de sua partida. Antes de ter um pet, busque conhecer as características do animal desejado, faça uma sincera reflexão pessoal no sentido de saber se terá condições de mantê-lo e, também, se é capaz de se identificar com aquele ser.”

 

 

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