Anura

O é realizado com o usuário posicionando o rosto em um círculo na tela de um tablet, sem se movimentar. A partir daí, são disponibilizados gráficos informando diversos parâmetros de saúde

Anura/Divulgação

Robô que imita ações humanas, biometria de cães e gatos, Huawei Watch Buds, com espaço para guardar e carregar os fones TWS, novo celular dobrável da Honor, notebook que pode esticar e encolher a tela com um só comando, café feito por robô, cães robôs. Todas essas novidades foram apresentadas na MWC2023 - Mobile World Congress,  o maior evento de tecnologia móvel do mundo, realizado em Barcelona, entre 27 de fevereiro e 3 de março. 

Na área da saúde, porém, um app com inteligência artificial surpreendeu ao dizer, com uma selfie do usuário, como anda a saúde, através da análise de 30 pontos específicos.

O teste, segundo o neurocirurgião Felipe Mendes, membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia com MBA executivo em gestão em saúde, pelo Hospital Albert Einstein, é realizado com o usuário posicionando o rosto em um círculo na tela de um tablet, sem se movimentar. A partir daí, são disponibilizados gráficos informando diversos parâmetros de saúde."
 

De acordo com o neurocirurgião, que está sempre antenado às novidades tecnológicas na área da medicina, o objetivo desse sistema não é realizar diagnósticos precisos nem prevenir doenças, contudo ele dá pistas de como anda a saúde de cada indivíduo. Dessa forma, ele pode demonstrar se os cuidados de saúde de cada um estão no caminho certo.

"Essa é uma das grandes promessas futuras da medicina - ter um caráter preditivo - fornecendo ao usuário a possibilidade de reconhecer alterações sutis muito antes de começar a apresentar sintomas ou condições mais graves."

O médico explica que essa plataforma foi desenvolvida a partir do TOI - Transdermal Optical Imaging - imagem óptica transdérmica, em português. A partir dela, é possível analisar a circulação de sangue através da pele e extrair informações de acordo com a luz refletida em algumas áreas focais do rosto.
 

"Os dados são enviados ao servidor, analisados por um sistema de inteligência artificial, sendo fornecido um relatório."

"De acordo com informações, se o app for baixado, é possível ter um histórico dessa análise. Uma boa forma de comparar se houve uma piora, melhora ou estabilidade nesses indicadores de saúde", pondera Felipe.

O Anura roda em qualquer dispositivo com câmera frontal, como tablets ou smartphones. Os pré-requisitos são conexão à internet e ambiente com boa iluminação.

Apesar disso, infelizmente, ele ainda não está disponível para o público. O neurocirurgião acredita que a partir de parcerias com empresas com interesse em investir no segmento de saúde e bem-estar, haverá a possibilidade de um acesso mais democrático para muitas pessoas.

"Ferramentas digitais aptas a monitorar múltiplos indicadores fisiológicos, fornecendo, em tempo real, informações sobre o funcionamento do organismo, podem levar à redução na quantidade de exames laboratoriais ou de imagem, reduzindo o desconforto de permanecer em jejum ou a necessidade de se deslocar ao hospital ou ao laboratório. E quanto mais dados estruturados, maior a possibilidade de desenvolvimentos de novos tratamentos, com ênfase no cuidado preventivo."

Mas, para que todas essas inovações sejam realmente incorporadas ao dia a dia, Felipe Mendes ressalta o quão crucial é a construção de parcerias entre prestadores de serviços de saúde e empresas de tecnologia, startups e investidores, como citado anteriormente.

"Além disso, é necessário ter uma internet de qualidade como o 5G. Dessa forma, é possível gerar valor, entregando melhores resultados e qualidade de vida mais satisfatória, sem um aumento expressivo nos custos de saúde."