ponto de dor no punho, exercício com elástico ajuda na recuperação

Pessoas com sequelas da COVID estão 57% mais propensas a serem sedentárias, aponta estudo da USP. Fazer fisioterapia ajuda

Septimiu Balica/Pixabay
Um estudo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e publicado recentemente no periódico Scientific Reports, coloca o sedentarismo na lista das principais sequelas da COVID-19.

Segundo o documento, pacientes que tiveram complicações, e apresentam atualmente apenas um sintoma como sequela, estão 57% mais propensos a inatividade física. Já aqueles com cinco ou mais sintomas, aumentam em 138% as chances de serem sedentários.
A pesquisa também aponta que a dor muscular/articular intensa (53%) está entre as principais sequelas da COVID-19 que favorecem o sedentarismo, juntamente com o estresse pós-traumático (53%), fadiga (101%) e insônia (69%).

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Risco de AVC

A inatividade física pode aumentar o risco de acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência renal crônica, diabetes e obesidade, e ainda pode prejudicar as articulações, especialmente as que suportam o peso do corpo, como o quadril e o joelho.
 

Segundo o médico ortopedista e cirurgião do joelho e do quadril, Thiago Fuchs, o impacto do sedentarismo foi intensificado pelas restrições de isolamento e medo relacionados à pandemia.
 
“Por mais de dois anos, muitos pacientes que já tinham problemas no quadril e joelho pararam de fazer atividades físicas, especialmente os mais idosos com artrose do quadril e joelho. O sedentarismo, juntamente com o isolamento, diminuiu a capacidade muscular dos pacientes, aumentou a dor nas articulações e ainda contribuiu com o ganho de peso, o que piora ainda mais o quadro de dor em pacientes com artrose de quadril e joelho”, afirma Thiago.
 
A pesquisa mostra que 17% dos participantes eram obesos, 58% tinham hipertensão e 35% foram diagnosticados com diabetes. O médico ortopedista Rogério Fuchs explica que esses fatores já considerados como comorbidades da COVID-19 podem ser agravados sem a devida prática de atividades físicas.

“As lesões e desgastes nas articulações podem ocorrer de forma muito precoce entre os pacientes obesos e sedentários devido à alta carga colocada no joelho e quadril, principalmente quando não estão acostumados à prática de exercícios físicos. Em alguns casos, pode ser necessária a colocação de prótese no joelho ou quadril”,  destaca Rogério Fuchs.

Fisioterapia ajudar a reverter o quadro

O acompanhamento médico para tratamento das sequelas é essencial para que a retomada de exercícios aconteça. Uma forma de reverter esse quadro é buscar mais qualidade de vida por meio da atividade física .
Segundo a fisioterapeuta Rubia Benatti, do Instituto Fuchs, é importante ter um olhar atento ao processo de reabilitação desses pacientes pós-COVID.

"Muitas pessoas que ficaram na UTI com COVID-19 sofreram com a perda de massa muscular, alterações no sistema circulatório e neuromuscular, alem de problemas nas articulações. Quando somado às demais sequelas, retomar ou iniciar uma atividade física pode sim ser um desafio. Por isso a importância do acompanhamento fisioterápico e multidisciplinar”, explica Benatti.