Muitos ainda enxergam as plantas como inofensivas. Grande engano. Na realidade, muitas espécies podem causar reações diversas, desde alergias na pele e mucosas, até distúrbios cardiovasculares, respiratórios, metabólicos, gastrintestinais, neurológicos e em alguns casos levar à morte.
As plantas produzem uma grande variedade de compostos orgânicos que frequentemente são relacionados a mecanismos de proteção da planta contra predadores e patógenos. As espécies tóxicas produzem substâncias que podem causar alterações metabólicas prejudiciais ao homem e também aos animais.
E a toxicidade pode estar relacionada a fatores associados ao indivíduo, à planta, ao modo de exposição e a questões ambientais. As intoxicações podem ocorrer de modo agudo ou crônico. No primeiro caso, ocorre por contato único, já a segunda por contato continuado.
E a toxicidade pode estar relacionada a fatores associados ao indivíduo, à planta, ao modo de exposição e a questões ambientais. As intoxicações podem ocorrer de modo agudo ou crônico. No primeiro caso, ocorre por contato único, já a segunda por contato continuado.
Segundo últimos dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX), de 2016 e 2017, foram identificados 2.028 casos de intoxicações por plantas, 1,17% do total das intoxicações no mesmo período por todas as causas registradas, com quatro óbitos (0,20%), das quais o público infantil de 1 a 9 anos foi o mais afetado com 1.065 casos (52,51%), seguido por adultos 490 casos (24,16%), adolescentes com 121 casos (5,97%) e idosos com 119 casos (5,87%), em sua maioria no meio urbano 1.459 registros (71,94%).
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As causas mais frequentes são as acidentais, ignorância e o suicídio, predominantemente do sexo masculino, sendo as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste as mais afetadas, respectivamente.
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O perigo das flores
A ingestão ou o contato com essas plantas pode causar inúmeras reações. Por isso, nos primeiros sinais de irritação, recomenda-se procurar um médico. As espécies em geral podem ser responsáveis por alergias, no entanto, as que têm flores são mais comuns, principalmente relacionadas às alergias respiratórias.Além de ter cuidado com as espécies com flores, é comum casos registrados a partir do contato com a urtiga, jasmim, azevém, carvalho, amoreira e o limoeiro. Vale ressaltar lque, apesar de várias terem propriedades medicinais, há plantas que causam alergia. As respiratórias são comuns pelo contato com o pólen das plantas.
E o perfume, também é um risco?
O perfume de algumas plantas também pode ser um risco e desencadear manifestações alérgicas. Nesse caso, os sintomas podem se apresentar como coceira na pele, no nariz e ouvidos, coriza, irritação nos olhos, tosse, febre, falta de ar, enjoo, entre outros. O tratamento é com medicamentos antialérgicos.
Cuidado com a seiva
Já a alergia na pele vai se manifestar depois do contato com a planta, que produzirá substâncias que podem causar irritação e hipersensibilidade, provocando vermelhidão, coceira e inchaço. Sabe-se também que a seiva é outro componente comum em provocar processos alérgicos. Nessa situação, os sintomas são mais severos e podem incluir – além de coceira e vermelhidão na pele – queimaduras, fortes náuseas, tonturas, falta de ar e comprometimento das vias aéreas e quadros inflamatórios intensos e graves.
E os espinhos
E há ainda plantas que, ao serem manipuladas, podem reagir com seus mecanismos de defesa, como espinhos, dentes serrilhados, terminações de folhas pontiagudas, presentes em roseiras e limoeiros. Ao tocá-las a pessoa pode sofrer um ferimento e mesmo desenvolver uma reação alérgica.
Saiba que a alergia é uma restrição do organismo e que não apresenta cura. Inibir o contato é sempre a melhor forma de prevenir as manifestações.
Conheça algumas plantas que merecem atenção redobrada
- Urtiga: comum em matagais, trilhas e em jardins, é uma erva daninha, capaz de provocar ardência e coceira nas áreas da pele que tocarem a planta. Ela provoca a chamada urticária, pela urtiga. E quando a planta toca na pele, ela libera substâncias rapidamente, causando um certo ardor e que logo depois pode surgir um vermelhidão na região afetada, inchaço, coceira, queimação e elevação da pele em até 1cm.
- Aroeira-brava ou branca: provoca a aoeirite em pessoas sensibilizadas aos alquil-fenóis (substâncias causadores de dermatite alérgica em pessoas sensíveis). Ao passar próximo ou sentar-se à sombra dessa planta, há quem apresente uma dermatite de contato caracterizada por vermelhidão, coceira e até bolhas durante vários dias. Isso ocorre pela dispersão no ar de gotículas contendo a substância alergênica. A pessoa sente pruridos por todo o corpo, além de sufocamento, que só cessam ao se afastar do local em que está a planta.
- Roseira, laranjeiro e limoeiro: seus mecanismos próprios de defesa (como espinhos) provocam trauma físico e ferimentos.
- Coroa-de-cristo: a intoxicação ocorre quando a planta é tocada em qualquer parte ou pela seiva. Os sintomas são distúrbios gastrointestinais, salivação em excesso, vômitos e queimaduras.
- Bico-de-papagaio: liberação da seiva leitosa irrita a pele.
- Avelós: quando a vítima ingere o ramo da avelós, o principal sintoma é a irritação gastrointestinal. Já o contato com a pele causa queimaduras e inflamações. Os sintomas da são distúrbios gastrointestinais, salivação em excesso, vômitos e queimaduras.
- Limão, laranja, tangerina: podem desencadear a fitofotodermatite, uma reação alérgica na pele causada pela exposição solar após contato com essas plantas ou frutas. As lesões são avermelhadas e posteriormente escurecidas, associadas a coceira ou ardência e/ou sensação de queimação e em alguns casos bolhas com queimaduras.
- Comigo-ninguém-pode: pode provocar irritação na pele em qualquer indivíduo que entrar em contato com ela. Quando em contato com os olhos, pode provocar dor, inchaço, sensibilidade à luz, lesões na córnea, conjuntivites, lacrimejamento e espasmos nas pálpebras. Já com a pele, a manifestação alérgica pode vir em forma de dermatites, queimaduras e bolhas.
- Costela-de-Adão: a intoxicação se apresenta em caso de mastigação e ingestão das folhas, que podem causar irritação de mucosas, inchaço de lábios e garganta, náuseas e vômitos.
- Mamonas: é semente que causa a reação alérgica e os sintomas mais comuns, com a ingestão da semente, são vômitos e diarreia e desidratação. Em casos graves, pode chegar à morte.
- Pinhão de Purga: a ingestão e/ou mastigação das sementes podem levar a dor abdominal intensa, vômitos, diarreia. O contato do látex com a pele causa dermatite.
- Cinamomo: presente na arborização urbana, os frutos produzem espuma se misturados na água e são eles quem causam intoxicação se consumidos, levando ao aumento de salivação, náuseas, vômitos e diarreia.
- Copo-de-leite: qualquer parte da planta pode causar intoxicação e sua ingestão causa irritação das mucosas, com dor e queimação. O contato com os olhos pode provocar irritação.
- Leiteiro Vermelho: arbusto com folhas coloridas de vermelho escuro, causa alergia com seu látex. O contato com a pele pode provocar queimaduras e a ingestão de qualquer parte da planta leva a irritação gastrintestinal.
- Chapéu-de-napoleão: árvore com flores amarelas é outro risco. A ingestão das sementes do fruto causa problemas cardíacos que podem levar à morte.
- Espirradeira: árvore com flores brancas e rosas, que assim como as outras partes, também são tóxicas.
- Mandioca-brava: as raízes são um alimento, mas abaixo da casca do caule existe um látex tóxico, que pode causar fortes dores abdominais e coma.