A dor nas costas é uma condição comum na população adulta, mas com o uso crescente de celulares, tablets, jogos eletrônicos e aplicativos educacionais, crianças e jovens estão cada vez mais tempo expostos às telas e, por isso, mais suscetíveis a posturas inadequadas e, consequentemente, incômodos e problemas na coluna.
Um estudo financiado pela Fapesp e publicado na revista científica Healthcare identificou diversos fatores de risco que poderiam prejudicar a saúde da coluna de indivíduos nesta faixa etária. Para tal foram analisados entre os participantes quanto tempo por dia gastavam com os eletrônicos, qual a distância do equipamento e os olhos e a posição durante o uso.
A avaliação contou com 1628 estudantes de ambos os sexos, entre 14 e 18 anos que estavam no primeiro e segundo ano do ensino médio, na cidade de Bauru, São Paulo, em 2017. Deste número, 1393 receberam reavaliação em 2018.
Durante a entrevista de linha de base no primeiro ano, os alunos responderam à seguinte pergunta: "Nos últimos 12 meses (até 1 ano atrás), você teve dor em alguma dessas regiões da coluna torácica?". No outro ano, durante a entrevista de acompanhamento em 2018, os alunos responderam à mesma pergunta, mas o período da pergunta foi alterado para cobrir especificamente o período desde a avaliação inicial em 2017.
Foi constatado que, de todos os participantes, a prevalência de um ano foi de 38,4% de TSP - dor no meio das costas, tanto em 2017 quanto no ano seguinte.
Pouco mais de 10% não notificaram TSP em 2017, mas foram encaminhados como casos graves de TSP em 2018. E as dores nas costas foram maiores em mulheres do que em homens.
Alguns fatores de risco ou a combinação deles estão associados à TPS, como os comportamentais, físicos, fisiológicos, psicológicos e comportamentais.
O estudo organizou os aspectos determinantes em quatro níveis:
O estudo organizou os aspectos determinantes em quatro níveis:
- Nível 1: sexo, idade, raça e nível socioeconômico
- Nível 2: variável de saúde (saúde mental)
- Nível 3: variáveis %u200B%u200Brelacionadas ao uso de dispositivos eletrônicos
- Nível 4: atividade física), até porque, existem evidências dos efeitos do exercício, do sedentarismo e da saúde mental na condição da coluna
Para fins sociodemográficos, foram coletados dados sobre sexo, idade e cor da pele, classificação definida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Segundo o ortopedista Daniel Oliveira, especialista em coluna vertebral e diretor do NOT - Núcleo de Ortopedia e Traumatologia de Belo Horizonte, a educação e o lazer estão diretamente ligados aos nossos meios de comunicação e, por isso, é necessário muita atenção com a frequência e a postura dos mais novos diante desses equipamentos.
"Eles podem ser grandes vilões e a má postura durante o uso desses aparelhos pode causar danos à coluna, tais como alterações na curvatura e desgastes prematuros nas articulações."
Esse tipo de pesquisa, segundo o ortopedista, é importante e pode ser usado como base para a implementação de programas de saúde tanto para os pais quanto para as escolas, que precisam ser responsáveis pela promoção da saúde e pela identificação de fatores de risco coletivos e individuais, a fim de melhorar a qualidade de vida dos alunos.
"Além da disciplina e empenho para evitar a má postura, esse hábito precisa ser incentivado pelos adultos, juntamente com outros hábitos de vida saudáveis, tais como a prática de esportes, lazer em área externa, uma alimentação equilibrada, sono de qualidade e exercícios de alongamento e fortalecimento muscular."
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